Description

“Além dos indicadores de saúde e de gestão, os patient reported outcomes (PRO) são cada vez mais indispensáveis na avaliação das oportunidades de melhoria da prestação de cuidados e de evolução das nossas instituições”.

Foi desta forma que António Mendes, enfermeiro do IPO de Coimbra, lançou o tema a debate na sessão que moderou, nesta manhã, em conjunto com a enfermeira Susana Miguel, do IPO de Lisboa, e onde foram apresentados três exemplos de valorização de PRO.

Vanessa Leomaro, enfermeira do Hospital Fernando da Fonseca, apresentou os resultados do Projeto Maat em Cancro de Mama, uma iniciativa com o apoio da Novartis desenvolvida com o intuito de identificar as principais necessidades de doentes com cancro de mama avançado e de lacunas na prestação de cuidados.

Sabendo que “informação é poder”, Vanessa Leomaro sublinhou que “o papel da enfermagem também passa, cada vez mais, por informar os doentes sobre os seus direitos”.

Neste projeto, um dos maiores desafios foi, de acordo com a enfermeira, a gestão dos longos sobreviventes e o acolhimento de doentes de outras instituições.

No que concerne a PRO – centrais no Projeto Maat em cancro de mama – a enfermeira salientou que a utilidade destas avaliações reportadas diretamente pelos doentes está muito associada à definição de estratégias terapêuticas individualizadas, com vista à melhoria dos resultados.

Atualmente, são várias as ferramentas de PRO (escalas) disponíveis, mas persistem as dificuldades na sua aplicação, devido à falta de uniformização e de consensos no que diz respeito à escolha do instrumento de PRO.

De acordo com Vanessa Leomaro, há cada vez mais evidência sobre as vantagens da incorporação de PRO na prática, com estudos a demonstrarem que estes constituem fatores prognósticos independentes na sobrevivência global e apresentam valor de prognóstico e de estratificação para uso clínico.

“O grande desafio em termos de PRO é, após a sua análise, o desenvolvimento e implementação de estratégias personalizadas. Os PRO são a chave para colocarmos os doentes no centro dos nossos cuidados”, concluiu a enfermeira.

Tal como os PRO, também o conceito de melhoria e/ou manutenção da qualidade de vida tem vindo a ganhar peso na balança dos outcomes em saúde. Sandra Ponte, enfermeira do hospital de dia do CHLO, procurou responder à questão “Como implementar a avaliação da qualidade de vida da pessoa com doença oncológica na prática profissional dos enfermeiros”?

Por último, coube à enfermeira Elisabete Sousa, do IPO do Porto, partilhar a experiência da recente criação de uma consulta de enfermagem para diminuir a utilização de sedação em doentes pediátricos submetidos a RM.

Até agora, foram realizadas 20 consultas a 20 crianças. Destas, 14 (70%) conseguiram efetuar o exame sem sedação. Resultados muito positivos, no entender da enfermeira, se considerarmos que desta forma se reduzem efeitos adversos (associados à anestesia) e custos. Em jeito de conclusão, Elisabete Sousa destaca o feedback dos pais destas crianças, que quase sempre é de satisfação e agradecimento.

Period26 May 2023

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  • TitlePatients Reported Outcomes: Que impacto na Oncologia?
    Country/TerritoryPortugal
    Date26/05/23
    Description“Além dos indicadores de saúde e de gestão, os patient reported outcomes (PRO) são cada vez mais indispensáveis na avaliação das oportunidades de melhoria da prestação de cuidados e de evolução das nossas instituições”.

    Foi desta forma que António Mendes, enfermeiro do IPO de Coimbra, lançou o tema a debate na sessão que moderou, nesta manhã, em conjunto com a enfermeira Susana Miguel, do IPO de Lisboa, e onde foram apresentados três exemplos de valorização de PRO.

    Vanessa Leomaro, enfermeira do Hospital Fernando da Fonseca, apresentou os resultados do Projeto Maat em Cancro de Mama, uma iniciativa com o apoio da Novartis desenvolvida com o intuito de identificar as principais necessidades de doentes com cancro de mama avançado e de lacunas na prestação de cuidados.

    Sabendo que “informação é poder”, Vanessa Leomaro sublinhou que “o papel da enfermagem também passa, cada vez mais, por informar os doentes sobre os seus direitos”.

    Neste projeto, um dos maiores desafios foi, de acordo com a enfermeira, a gestão dos longos sobreviventes e o acolhimento de doentes de outras instituições.

    No que concerne a PRO – centrais no Projeto Maat em cancro de mama – a enfermeira salientou que a utilidade destas avaliações reportadas diretamente pelos doentes está muito associada à definição de estratégias terapêuticas individualizadas, com vista à melhoria dos resultados.

    Atualmente, são várias as ferramentas de PRO (escalas) disponíveis, mas persistem as dificuldades na sua aplicação, devido à falta de uniformização e de consensos no que diz respeito à escolha do instrumento de PRO.

    De acordo com Vanessa Leomaro, há cada vez mais evidência sobre as vantagens da incorporação de PRO na prática, com estudos a demonstrarem que estes constituem fatores prognósticos independentes na sobrevivência global e apresentam valor de prognóstico e de estratificação para uso clínico.

    “O grande desafio em termos de PRO é, após a sua análise, o desenvolvimento e implementação de estratégias personalizadas. Os PRO são a chave para colocarmos os doentes no centro dos nossos cuidados”, concluiu a enfermeira.

    Tal como os PRO, também o conceito de melhoria e/ou manutenção da qualidade de vida tem vindo a ganhar peso na balança dos outcomes em saúde. Sandra Ponte, enfermeira do hospital de dia do CHLO, procurou responder à questão “Como implementar a avaliação da qualidade de vida da pessoa com doença oncológica na prática profissional dos enfermeiros”?

    Por último, coube à enfermeira Elisabete Sousa, do IPO do Porto, partilhar a experiência da recente criação de uma consulta de enfermagem para diminuir a utilização de sedação em doentes pediátricos submetidos a RM.

    Até agora, foram realizadas 20 consultas a 20 crianças. Destas, 14 (70%) conseguiram efetuar o exame sem sedação. Resultados muito positivos, no entender da enfermeira, se considerarmos que desta forma se reduzem efeitos adversos (associados à anestesia) e custos. Em jeito de conclusão, Elisabete Sousa destaca o feedback dos pais destas crianças, que quase sempre é de satisfação e agradecimento.
    URLhttps://16.aeop.pt/2023/05/26/patients-reported-outcomes-que-impacto-na-oncologia/
    PersonsSusana Miguel