A centralidade do pensamento crítico e criativo em serviço social: o contributo da arte na formação

O pensamento crítico e criativo, especialmente diante do agravamento dos conflitos e crises humanitárias, emerge como competência essencial a ser fomentado na formação dos futuros assistentes sociais. Mas, que estratégias pedagógicas podem ser mobilizadas? A arte tem sido usada como instrumento de ensino com estudantes de Serviço Social (Wehbi, McCormick, and Angelucci 2016) uma vez contribuiu para processos de reflexão e de promoção do pensamento crítico e criativo (Wehbi 2015). Nesta sequência procuramos, através de uma revisão sistemática da literatura, responder às seguintes questões: quais as principais estratégias pedagógicas utilizadas no ensino do Serviço Social que, recorrendo às artes/expressões artísticas, promovem competências de comunicação, pensamento crítico e criativo dos estudantes? E, como as artes, no ensino do Serviço Social, contribuem para pensar os fenómenos de intervenção emergentes e contemporâneos? As conclusões revelaram a importância das artes (e.g. teatro, banda desenhada, pintura) no ensino e reflexão sobre os direitos humanos, justiça social, igualdade, prática antiopressiva, antirracismo e descolonização. A utilização das artes na educação mostra-se, assim, uma ferramenta relevante para facilitar discussões sobre questões sociais delicadas, proporcionando um ambiente inclusivo onde se garante a partilha de perspetivas e se promove competências de comunicação e de sensibilidade cultural. Os resultados obtidos, nesta revisão, podem ajudar a evidenciar a relevância da promoção do pensamento crítico no contexto da formação em Serviço Social. Sendo que, a integração das artes no ensino, não apenas facilita discussões sobre questões sociais complexas como promove competências fundamentais para a intervenção em prol dos direitos humanos, justiça social e cultura de paz.