TY - JOUR
T1 - Alopécia areata
T2 - análise retrospectiva da consulta de dermatologia pediátrica (2000-2008)
AU - Rocha, Joana
AU - Ventura, Filipa
AU - Vieira, Ana Paula
AU - Pinheiro, Ana Raquel
AU - Fernandes, Susana
AU - Brito, Celeste
PY - 2011/3
Y1 - 2011/3
N2 - Introdução: A alopécia areata (AA) é um tipo de alopécia não cicatricial, cuja primeira manifestação ocorre antes dos 16 anos em 50% dos casos. Para a maioria dos autores, tem etiologia autoimune mas parecem estar também envolvidos factores genéticos, psicológicos e ambientais. Objectivos: Revisão de aspectos epidemiológicos, clínicos e terapêuticos em doentes com AA e início da doença antes dos 16 anos. Identificar características do funcionamento psicológico dos doentes e relacionar acontecimentos de vida significativos com o aparecimento da doença. Métodos: Estudo descritivo e retrospectivo baseado na consulta de processos clínicos dos doentes com AA seguidos na consulta de Dermatologia Pediátrica do Hospital de São Marcos, entre Janeiro de 2000 e Dezembro de 2008. A quinze destes doentes foram aplicados instrumentos de avaliação psicométrica. Resultados: Neste estudo foram incluídos 48 doentes (54% sexo masculino, 46% sexo feminino). A idade média à data de diagnóstico foi de 7,8 anos. Em 10% dos doentes identificaram-se antecedentes familiares de AA e em 25% verificou-se associação com atopia. A forma limitada da doença foi a mais frequentemente observada (82% dos doentes), tendo tido as formas extensas aparecimento mais precoce. Na doença limitada, a terapêutica mais utilizada foi a corticoterapia tópica (53% dos doentes), registando-se melhoria na maioria dos casos e resolução completa em 54%. Em 71% dos doentes com envolvimento de mais de 50% do couro cabeludo foi instituída terapêutica sistémica (corticoterapia e/ ou ciclosporina). Destes, em apenas um se verificou melhoria sustentada; nos restantes, a evolução foi ondulante. Dos doentes avaliados do ponto de vista psicológico, em 80% identificou-se evento potencialmente traumático a anteceder o aparecimento da primeira manifestação da doença dermatológica. Discussão: A análise dos resultados está de acordo com alguns estudos publicados. No entanto, o tamanho desta série de doentes e a escassez de literatura relativa à AA em idade pediátrica dificultam a comparação dos resultados e definição de protocolos na investigação e tratamento destes doentes. Uma abordagem multidisciplinar será importante dado o impacto da doença no bem-estar destas crianças
AB - Introdução: A alopécia areata (AA) é um tipo de alopécia não cicatricial, cuja primeira manifestação ocorre antes dos 16 anos em 50% dos casos. Para a maioria dos autores, tem etiologia autoimune mas parecem estar também envolvidos factores genéticos, psicológicos e ambientais. Objectivos: Revisão de aspectos epidemiológicos, clínicos e terapêuticos em doentes com AA e início da doença antes dos 16 anos. Identificar características do funcionamento psicológico dos doentes e relacionar acontecimentos de vida significativos com o aparecimento da doença. Métodos: Estudo descritivo e retrospectivo baseado na consulta de processos clínicos dos doentes com AA seguidos na consulta de Dermatologia Pediátrica do Hospital de São Marcos, entre Janeiro de 2000 e Dezembro de 2008. A quinze destes doentes foram aplicados instrumentos de avaliação psicométrica. Resultados: Neste estudo foram incluídos 48 doentes (54% sexo masculino, 46% sexo feminino). A idade média à data de diagnóstico foi de 7,8 anos. Em 10% dos doentes identificaram-se antecedentes familiares de AA e em 25% verificou-se associação com atopia. A forma limitada da doença foi a mais frequentemente observada (82% dos doentes), tendo tido as formas extensas aparecimento mais precoce. Na doença limitada, a terapêutica mais utilizada foi a corticoterapia tópica (53% dos doentes), registando-se melhoria na maioria dos casos e resolução completa em 54%. Em 71% dos doentes com envolvimento de mais de 50% do couro cabeludo foi instituída terapêutica sistémica (corticoterapia e/ ou ciclosporina). Destes, em apenas um se verificou melhoria sustentada; nos restantes, a evolução foi ondulante. Dos doentes avaliados do ponto de vista psicológico, em 80% identificou-se evento potencialmente traumático a anteceder o aparecimento da primeira manifestação da doença dermatológica. Discussão: A análise dos resultados está de acordo com alguns estudos publicados. No entanto, o tamanho desta série de doentes e a escassez de literatura relativa à AA em idade pediátrica dificultam a comparação dos resultados e definição de protocolos na investigação e tratamento destes doentes. Uma abordagem multidisciplinar será importante dado o impacto da doença no bem-estar destas crianças
UR - http://www.scopus.com/inward/record.url?scp=79959986232&partnerID=8YFLogxK
M3 - Article
C2 - 22011591
AN - SCOPUS:79959986232
SN - 0870-399X
VL - 24
SP - 207
EP - 214
JO - Acta Médica Portuguesa
JF - Acta Médica Portuguesa
IS - 2
ER -