TY - JOUR
T1 - Comportamentos de saúde oral em adolescentes portugueses
AU - Pereira, Carlos
AU - Veiga, Nélio
AU - Amaral, Odete
AU - Pereira, Joana
PY - 2013/7
Y1 - 2013/7
N2 - Introdução: A frequência da escovagem, a utilização do fio dentário e a consulta regular ao médico dentista são importantes determinantes de saúde oral. O objetivo deste estudo foi caracterizar os comportamentos de saúde oral numa amostra de adolescentes portugueses, mais especificamente a prevalência de escovagem, a utilização de fio dentário e as consultas regulares ao médico dentista, e estabelecer a associação destes comportamentos com aspetos sociodemográficos. Participantes e métodos: Realizámos um estudo transversal onde avaliámos os alunos de 26 escolas públicas do terceiro ciclo e secundário do distrito de Viseu. Em cada escola avaliámos todos os adolescentes do 7.° ao 12.° ano de escolaridade. A recolha de dados foi efetuada através de um questionário autoaplicado e respondido pelos adolescentes em sala de aula, contendo questões referentes a comportamentos de saúde oral e estatuto socioeconómico. Dos 8768 distribuídos, recolhemos 7644 (87,2%). Foram excluídos da análise os questionários sem informação para o sexo e para a idade, bem como os que correspondiam a idades inferiores a 12 ou superiores a 18 anos. Ficámos com uma amostra final de 7563 adolescentes (4117 do sexo feminino). Resultados: A prevalência de escovagem (2 ou mais vezes por dia) é de 23,5%, mais frequente no sexo feminino (25,5 vs. 21,2%, p < 0,01). A frequência da escovagem (2 vezes ou mais por dia) encontra-se associada às habilitações literárias dos pais (< 4 anos = 18,2%, 4-12 anos = 23,2% e > 12 anos = 44,2%, p < 0,01) e à área de residência (urbano = 36,9%, rural = 16,7%, p < 0,01). A utilização diária do fio dentário é referida por 4,4% dos adolescentes, mais frequente no sexo feminino (4,6 vs. 4,1%, p < 0,05). 37,1% dos adolescentes referem nunca terem utilizado o fio dentário, 40,5% referem utilizá-lo às vezes e 18,1% desconhecem o fio dentário. 86,7% dos adolescentes referem ter consultado um médico dentista, uma ou mais vezes durante a vida e 55,0% referem que o fizeram nos últimos 12 meses. As razões mais frequentes para a ida à consulta nos últimos meses foram: consulta de rotina (49,8%), odontalgias (27,8%) e tratamentos dentários (21,6%). Conclusão: O presente estudo permitiu concluir que os comportamentos de saúde oral dos adolescentes estão associados a fatores demográficos e socioeconómicos. Os hábitos de higiene oral são mais frequentes no sexo feminino. Uma elevada proporção de adolescentes não realiza consultas de rotina e vai ao médico apenas quando tem odontalgias. Programas comunitários devem ser considerados por forma a melhorar os conhecimentos e os comportamentos relacionados com a saúde oral dos adolescentes.
AB - Introdução: A frequência da escovagem, a utilização do fio dentário e a consulta regular ao médico dentista são importantes determinantes de saúde oral. O objetivo deste estudo foi caracterizar os comportamentos de saúde oral numa amostra de adolescentes portugueses, mais especificamente a prevalência de escovagem, a utilização de fio dentário e as consultas regulares ao médico dentista, e estabelecer a associação destes comportamentos com aspetos sociodemográficos. Participantes e métodos: Realizámos um estudo transversal onde avaliámos os alunos de 26 escolas públicas do terceiro ciclo e secundário do distrito de Viseu. Em cada escola avaliámos todos os adolescentes do 7.° ao 12.° ano de escolaridade. A recolha de dados foi efetuada através de um questionário autoaplicado e respondido pelos adolescentes em sala de aula, contendo questões referentes a comportamentos de saúde oral e estatuto socioeconómico. Dos 8768 distribuídos, recolhemos 7644 (87,2%). Foram excluídos da análise os questionários sem informação para o sexo e para a idade, bem como os que correspondiam a idades inferiores a 12 ou superiores a 18 anos. Ficámos com uma amostra final de 7563 adolescentes (4117 do sexo feminino). Resultados: A prevalência de escovagem (2 ou mais vezes por dia) é de 23,5%, mais frequente no sexo feminino (25,5 vs. 21,2%, p < 0,01). A frequência da escovagem (2 vezes ou mais por dia) encontra-se associada às habilitações literárias dos pais (< 4 anos = 18,2%, 4-12 anos = 23,2% e > 12 anos = 44,2%, p < 0,01) e à área de residência (urbano = 36,9%, rural = 16,7%, p < 0,01). A utilização diária do fio dentário é referida por 4,4% dos adolescentes, mais frequente no sexo feminino (4,6 vs. 4,1%, p < 0,05). 37,1% dos adolescentes referem nunca terem utilizado o fio dentário, 40,5% referem utilizá-lo às vezes e 18,1% desconhecem o fio dentário. 86,7% dos adolescentes referem ter consultado um médico dentista, uma ou mais vezes durante a vida e 55,0% referem que o fizeram nos últimos 12 meses. As razões mais frequentes para a ida à consulta nos últimos meses foram: consulta de rotina (49,8%), odontalgias (27,8%) e tratamentos dentários (21,6%). Conclusão: O presente estudo permitiu concluir que os comportamentos de saúde oral dos adolescentes estão associados a fatores demográficos e socioeconómicos. Os hábitos de higiene oral são mais frequentes no sexo feminino. Uma elevada proporção de adolescentes não realiza consultas de rotina e vai ao médico apenas quando tem odontalgias. Programas comunitários devem ser considerados por forma a melhorar os conhecimentos e os comportamentos relacionados com a saúde oral dos adolescentes.
KW - Saúde oral
KW - Escovagem
KW - Fio dentário
KW - Consulta ao médico dentista
KW - Fatores sociodemográficos
KW - Oral health
KW - Toothbrushing
KW - Dental floss
KW - Dental appointments
KW - Socio-demographic factors
UR - http://www.scopus.com/inward/record.url?scp=84890126856&partnerID=8YFLogxK
U2 - 10.1016/j.rpsp.2013.03.002
DO - 10.1016/j.rpsp.2013.03.002
M3 - Article
AN - SCOPUS:84890126856
SN - 0870-9025
VL - 31
SP - 158
EP - 165
JO - Revista Portuguesa de Saúde Pública
JF - Revista Portuguesa de Saúde Pública
IS - 2
ER -