Abstract
Este artigo incide sobre a tradução em língua portuguesa de Prometeu acorrentando que Eduardo Scarlatti publicou em Lisboa, em 1942. Atribui-se particular relevância a este texto por se considerar que, através dele, Scarlatti não pretendeu apenas apresentar mais uma versão de um texto canónico. Pela análise dos paratextos, das escolhas tradutológicas e remetendo-se para a reflexão crítica e teórica que anteriormente desenvolvera-se, verifica-se que a opção de Scarlatti correspondeu ao desejo de dotar a cultura portuguesa de um texto literariamente qualificado, pensado não só como ato de resistência à opressão salazarista, mas também como manifesto estético que impulsionasse a renovação do anémico sistema teatral. Assim, defende-se a condição de intelectual engajado de Scarlatti (BOURDIEU, 1991), sublinhando-se a constituição de uma linhagem de resistência que determinará mudanças culturais profundas em Portugal.
Translated title of the contribution | On literature as eloquent resistance: translating Prometheus bound during Oliveira Salazar's dictatorship |
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Original language | Portuguese |
Pages (from-to) | 199-215 |
Journal | Caligrama |
Volume | 23 |
Issue number | 2 |
DOIs | |
Publication status | Published - 2018 |
Keywords
- Prometheus Bound
- Reflection on theatre
- Literary resistance
- Eduardo Scarlatti
- Engaged intellectual
- Salazar's dictatorship