TY - JOUR
T1 - Profissionais a exercer na medicina dentária
T2 - principais fatores de risco e riscos laborais, doenças profissionais associadas e medidas de proteção recomendadas
AU - Santos, M.
AU - Oliveira, T.
AU - Almeida, A.
PY - 2018/3/12
Y1 - 2018/3/12
N2 - Introdução/ enquadramento/ objetivos Nas instituições prestadoras de serviços dentários existem geralmente médicos dentistas (generalistas e/ou especializados), os ajudantes/ auxiliares dentários, rececionistas e, por vezes, gestores/ orçamentistas. Os principais fatores de risco/ riscos laborais dos primeiros são o eventual contato com agentes biológicos; posturas mantidas/ forçadas, movimentos repetitivos e vibrações; ruido; radiações eletromagnéticas e esforço visual por utilizarem écrans com frequência; radiação ionizante por Rx e agentes químicos. As restantes classes profissionais atrás mencionadas estão sujeitas a radiações eletromagnéticas, esforço visual, postura sentada mantida e movimentos repetitivos. Existem uma quantidade razoável de trabalhos publicados relativos à saúde ocupacional neste setor, mas a generalidade destes aborda aspetos específicos, não sendo fácil encontrar uma perspetiva global do tema, minimamente completa e sucinta. Pretende-se com esta revisão conhecer melhor os fatores de risco/ riscos existentes neste setor profissional. Metodologia Trata-se de uma Revisão Bibliográfica Integrativa, iniciada através de uma pesquisa realizada em dezembro de 2017 nas bases de dados “CINALH plus with full text, Medline with full text, Database of Abstracts of Reviews of Effects, Cochrane Central Register of Controlled Trials, Cochrane Database of Systematic Reviews, Cochrane Methodology Register, Nursing and Allied Health Collection: comprehensive, MedicLatina, Academic Search Complete e RCAAP”. Conteúdo Os agentes biológicos mais relevantes neste contexto são os vírus das hepatites B e C, bem como o HIV. Em diversas tarefas estes profissionais permanecem por períodos prolongados em posturas mantidas e/ou forçadas (quer sentados, quer de pé e quase estáticos, ainda que com alguns movimentos repetitivos associados e, por vezes, sem pausas adequadas). Neste setor profissional há exposição relevante ao ruído. Os instrumentos de trabalho que apresentam níveis mais elevados de decibéis foram a turbina de alta rotação e o compressor; também foram mencionados as canetas odontológicas, o compressor de ar, o aspirador, o amalgamador e os próprios aparelhos de climatização. De todos os agentes químicos usados até agora, o mercúrio é o mais relevante. Em alguns contextos há exposição a Rx. Conclusões Nenhum dos artigos selecionados mencionou de forma direta medidas de proteção coletiva. Contudo, poder-se-ão destacar neste contexto o uso de agentes químicos o menos tóxicos possíveis, um bom desenho ergonómico do posto de trabalho, utilização de equipamentos que emitam o menor ruído e vibração possível, rotatividade de tarefas e formação adequada aos profissionais relativa aos fatores de risco e riscos laborais. A nível de equipamentos de proteção individual são mencionados o uso de bata de manga comprida, viseira ou óculos, gorro e luvas de latex. Os acidentes de trabalho neste setor justificam-se sobretudo pelo campo de trabalho pequeno, uso de instrumentos cortantes e/ou que trabalham a alta velocidade, sendo razoavelmente frequente a criação de aerossóis e salpicos, bem como pela proximidade física com o cliente e/ou os movimentos bruscos que este possa ter. A parte do corpo geralmente mais atingida com acidentes por corto-perfurantes é o dedo; as agulhas nunca devem ser recapsuladas com a outra mão a segurar a tampa, nem as agulhas devem ser reutilizadas, encurvadas ou partidas. Nenhum dos artigos consultados deu particular destaque para as doenças profissionais; contudo, são de realçar a este nível a patologia músculo-esquelética variada, doenças infeciosas (HIV, hepatites B e C, sobretudo), questões oncológicas diversas e, ao nível emocional, ansiedade, depressão e burnout. Seria pertinente desenvolver investigações que avaliassem a realidade nacional.
AB - Introdução/ enquadramento/ objetivos Nas instituições prestadoras de serviços dentários existem geralmente médicos dentistas (generalistas e/ou especializados), os ajudantes/ auxiliares dentários, rececionistas e, por vezes, gestores/ orçamentistas. Os principais fatores de risco/ riscos laborais dos primeiros são o eventual contato com agentes biológicos; posturas mantidas/ forçadas, movimentos repetitivos e vibrações; ruido; radiações eletromagnéticas e esforço visual por utilizarem écrans com frequência; radiação ionizante por Rx e agentes químicos. As restantes classes profissionais atrás mencionadas estão sujeitas a radiações eletromagnéticas, esforço visual, postura sentada mantida e movimentos repetitivos. Existem uma quantidade razoável de trabalhos publicados relativos à saúde ocupacional neste setor, mas a generalidade destes aborda aspetos específicos, não sendo fácil encontrar uma perspetiva global do tema, minimamente completa e sucinta. Pretende-se com esta revisão conhecer melhor os fatores de risco/ riscos existentes neste setor profissional. Metodologia Trata-se de uma Revisão Bibliográfica Integrativa, iniciada através de uma pesquisa realizada em dezembro de 2017 nas bases de dados “CINALH plus with full text, Medline with full text, Database of Abstracts of Reviews of Effects, Cochrane Central Register of Controlled Trials, Cochrane Database of Systematic Reviews, Cochrane Methodology Register, Nursing and Allied Health Collection: comprehensive, MedicLatina, Academic Search Complete e RCAAP”. Conteúdo Os agentes biológicos mais relevantes neste contexto são os vírus das hepatites B e C, bem como o HIV. Em diversas tarefas estes profissionais permanecem por períodos prolongados em posturas mantidas e/ou forçadas (quer sentados, quer de pé e quase estáticos, ainda que com alguns movimentos repetitivos associados e, por vezes, sem pausas adequadas). Neste setor profissional há exposição relevante ao ruído. Os instrumentos de trabalho que apresentam níveis mais elevados de decibéis foram a turbina de alta rotação e o compressor; também foram mencionados as canetas odontológicas, o compressor de ar, o aspirador, o amalgamador e os próprios aparelhos de climatização. De todos os agentes químicos usados até agora, o mercúrio é o mais relevante. Em alguns contextos há exposição a Rx. Conclusões Nenhum dos artigos selecionados mencionou de forma direta medidas de proteção coletiva. Contudo, poder-se-ão destacar neste contexto o uso de agentes químicos o menos tóxicos possíveis, um bom desenho ergonómico do posto de trabalho, utilização de equipamentos que emitam o menor ruído e vibração possível, rotatividade de tarefas e formação adequada aos profissionais relativa aos fatores de risco e riscos laborais. A nível de equipamentos de proteção individual são mencionados o uso de bata de manga comprida, viseira ou óculos, gorro e luvas de latex. Os acidentes de trabalho neste setor justificam-se sobretudo pelo campo de trabalho pequeno, uso de instrumentos cortantes e/ou que trabalham a alta velocidade, sendo razoavelmente frequente a criação de aerossóis e salpicos, bem como pela proximidade física com o cliente e/ou os movimentos bruscos que este possa ter. A parte do corpo geralmente mais atingida com acidentes por corto-perfurantes é o dedo; as agulhas nunca devem ser recapsuladas com a outra mão a segurar a tampa, nem as agulhas devem ser reutilizadas, encurvadas ou partidas. Nenhum dos artigos consultados deu particular destaque para as doenças profissionais; contudo, são de realçar a este nível a patologia músculo-esquelética variada, doenças infeciosas (HIV, hepatites B e C, sobretudo), questões oncológicas diversas e, ao nível emocional, ansiedade, depressão e burnout. Seria pertinente desenvolver investigações que avaliassem a realidade nacional.
KW - Occupational health
KW - Worker health
KW - Occupational medicine
KW - Dentist
KW - Dental assistant
KW - Saúde ocupacional
KW - Saúde do trabalhador
KW - Medicina do trabalho
KW - Dentista
KW - Assistente dentário
U2 - 10.31252/RPSO.12.03.2018
DO - 10.31252/RPSO.12.03.2018
M3 - Article
SN - 2183-8453
VL - 5
SP - 1
EP - 16
JO - Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional
JF - Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional
IS - S
ER -