TY - JOUR
T1 - "D’où venons nous? Que sommes nous? Où allons nous?" Breve reflexão sobre o sentido da vida
AU - Pires, Maria Laura Bettencourt
PY - 2017/12/1
Y1 - 2017/12/1
N2 - Inspirada por Paul Gauguin, atribui a este artigo, em que faço uma "Breve Reflexão sobre o Sentido da Vida", o mesmo título que o artista deu a uma das suas famosas pinturas. Trata-se de uma das mais fascinantes e difíceis questões sobre as quais os homens, desde sempre, se têm debruçado sobretudo na nossa cultura cada vez mais secularizada. A fim de se fazer uma investigação sobre o tema, têm de se ler várias obras, tais como, entre outras, as de Sto. Agostinho, Descartes, Freud, Camus, Spinoza, Pascal, Darwin, Wittgenstein, Marx, Schopenhauer, Shakespeare e Beckett. Hoje em dia, num mundo que necessita urgentemente de redenção, entre elas, destaco a Carta de S. Tiago e a Encíclica Caritas in Veritate do Papa Bento XVI. A fim de reflectir mais profundamente, cito também Sartre, Albert Einstein e o Papa Francisco assim como Martha Nussbaum, que, através da sua vasta obra, nos diz que apenas uma existência bem vivida e virtuosa permite a felicidade e aborda o tema da importância e da necessidade de reforma da pedagogia na nossa sociedade deshumanizada, onde há declínio da imaginação, do julgamento independente e da capacidade de resistir à manipulação. Relativamente ao perigo de se reduzir a motivação dos homens apenas a questões económicas, sendo, actualmente, as pessoas avaliadas pelo seu poder de compra e ao facto de o pragmatismo reflectir "uma sociedade que não tem tempo para recordar e meditar" e na qual a procura da verdade e de um objectivo com sentido perderam o seu lugar e deixaram de ser apelativos, alguns culpam a idealização da tecnologia e o mito do progresso científico, havendo, por isso, uma racionalização da vida social, económica e administrativa que enfatiza a importância crucial da reflexão e de actuação ética. Ao referir-me à sabedoria dos grandes intelectuais do passado, estou implicitamente a fazer uma escolha e, portanto, de certo modo, a dar uma perspectiva pessoal, embora sabendo que nunca haverá uma palavra conclusiva sobre a questão em parte porque cada um de nós tem de fazer as perguntas certas para ter respostas que o satisfaçam. Há também, de uma perspectiva menos optimista, que ter em consideração todos os aspectos que parecem despojar a vida de sentido, tais como a morte, o sofrimento, a doença e a fome, que nos fazem pensar se vale a pena vivê-la e se a auto-realização é, de facto, um ideal coerente. No final da minha demanda e tendo em consideração as leituras feitas, concluo que, embora não haja uma prescrição clara para se viver uma vida com sentido, são as capacidades e as vulnerabilidades dos seres humanos que lhes permitem actuar responsavelmente, demonstrando ter pelos outros a mesma consideração que têm por si próprios, e podendo assim viver em conjunto e sentir reciprocidade e amizade. Temos também de estar conscientes que cada pessoa que tem um comportamento virtuoso contribui para o bem estar de todos o que é uma pré-condição para a felicidade generalizada pois actuar eticamente e com sabedoria torna o mundo melhor e a virtude é facilitada pela compaixão e pelo amor, que levam ao altruísmo, à colaboração e à partilha, dando, portanto, sentido à vida.
AB - Inspirada por Paul Gauguin, atribui a este artigo, em que faço uma "Breve Reflexão sobre o Sentido da Vida", o mesmo título que o artista deu a uma das suas famosas pinturas. Trata-se de uma das mais fascinantes e difíceis questões sobre as quais os homens, desde sempre, se têm debruçado sobretudo na nossa cultura cada vez mais secularizada. A fim de se fazer uma investigação sobre o tema, têm de se ler várias obras, tais como, entre outras, as de Sto. Agostinho, Descartes, Freud, Camus, Spinoza, Pascal, Darwin, Wittgenstein, Marx, Schopenhauer, Shakespeare e Beckett. Hoje em dia, num mundo que necessita urgentemente de redenção, entre elas, destaco a Carta de S. Tiago e a Encíclica Caritas in Veritate do Papa Bento XVI. A fim de reflectir mais profundamente, cito também Sartre, Albert Einstein e o Papa Francisco assim como Martha Nussbaum, que, através da sua vasta obra, nos diz que apenas uma existência bem vivida e virtuosa permite a felicidade e aborda o tema da importância e da necessidade de reforma da pedagogia na nossa sociedade deshumanizada, onde há declínio da imaginação, do julgamento independente e da capacidade de resistir à manipulação. Relativamente ao perigo de se reduzir a motivação dos homens apenas a questões económicas, sendo, actualmente, as pessoas avaliadas pelo seu poder de compra e ao facto de o pragmatismo reflectir "uma sociedade que não tem tempo para recordar e meditar" e na qual a procura da verdade e de um objectivo com sentido perderam o seu lugar e deixaram de ser apelativos, alguns culpam a idealização da tecnologia e o mito do progresso científico, havendo, por isso, uma racionalização da vida social, económica e administrativa que enfatiza a importância crucial da reflexão e de actuação ética. Ao referir-me à sabedoria dos grandes intelectuais do passado, estou implicitamente a fazer uma escolha e, portanto, de certo modo, a dar uma perspectiva pessoal, embora sabendo que nunca haverá uma palavra conclusiva sobre a questão em parte porque cada um de nós tem de fazer as perguntas certas para ter respostas que o satisfaçam. Há também, de uma perspectiva menos optimista, que ter em consideração todos os aspectos que parecem despojar a vida de sentido, tais como a morte, o sofrimento, a doença e a fome, que nos fazem pensar se vale a pena vivê-la e se a auto-realização é, de facto, um ideal coerente. No final da minha demanda e tendo em consideração as leituras feitas, concluo que, embora não haja uma prescrição clara para se viver uma vida com sentido, são as capacidades e as vulnerabilidades dos seres humanos que lhes permitem actuar responsavelmente, demonstrando ter pelos outros a mesma consideração que têm por si próprios, e podendo assim viver em conjunto e sentir reciprocidade e amizade. Temos também de estar conscientes que cada pessoa que tem um comportamento virtuoso contribui para o bem estar de todos o que é uma pré-condição para a felicidade generalizada pois actuar eticamente e com sabedoria torna o mundo melhor e a virtude é facilitada pela compaixão e pelo amor, que levam ao altruísmo, à colaboração e à partilha, dando, portanto, sentido à vida.
KW - Gauguin
KW - Meaning of life
KW - Redemption
KW - Reform
KW - Gauguin
KW - Sentido da vida
KW - Redenção
KW - Reforma
U2 - 10.34632/gaudiumsciendi.2017.2969
DO - 10.34632/gaudiumsciendi.2017.2969
M3 - Article
SN - 2182-7605
SP - 101
EP - 120
JO - Gaudium Sciendi
JF - Gaudium Sciendi
IS - 13
ER -