Abstract
Introdução: A incontinência fecal (IF) é definida pela perda involuntária ou incapacidade de controlar a eliminação do conteúdo do intestino, como fezes e gases, através do ânus (1). A IF é uma condição que limita o estilo de vida, com múltiplas etiologias (2), tem um impacto psicossocial devastador (3) e uma clara diminuição da qualidade de vida, devido à angústia, ansiedade e vergonha (4, 5). Afeta 2 a 24% da população adulta (6). Existem três subtipos: incontinência passiva (evacuação involuntária e inconsciente de fezes ou gases em repouso), incontinência de urgência (evacuação de conteúdo fecal apesar de tentativas ativas para reter a matéria intestinal) e incontinência mista (concomitância de ambas) (5). A gravidade da IF varia desde a eliminação não intencional de gases, a perda de conteúdo fecal líquido até à evacuação completa do conteúdo sólido intestinal (5). A primeira linha de intervenção no tratamento da IF deve ser a conservadora e esta inclui: alterações alimentares e comportamentais, medicação reguladora do trânsito intestinal e a reabilitação do pavimento pélvico, daí a importância de uma abordagem global. Objetivos: Abordar a importância de uma equipa multidisciplinar na avaliação e tratamento da IF, incluindo os efeitos de um programa de intervenção de reeducação dos MPP, com recurso a variadas técnicas. Material e Métodos: Este trabalho é de natureza qualitativa, descritivo e exploratório, realizado através da revisão da literatura, desde a recolha e análise de vários artigos científicos relativos à temática. Resultados: A incontinência fecal exige uma abordagem sistematizada desde a sua avaliação inicial, diagnóstico e tratamento. Os instrumentos de avaliação e diagnóstico devem incluir: Anamnese; Exame físico; Índice de Wexner; Escala de Bristol; Fecal Incontinence Quality of Life; Defecografia por Ressonância Magnética. Intervenção global: diário de sintomas; gestão da alimentação; gestão da IF com agentes expansores do volume; treino intestinal; técnicas / posturas de evacuação; controlo do esfíncter anal externo; treino dos músculos do pavimento pélvico; programa de resistência à urgência fecal; biofeedback anorretal; intervenção cirúrgica (plastia de esfíncter, neo- esfíncteres e colostomia; suporte emocional. Conclusão: A abordagem da incontinência fecal é extremamente complexa, daí a necessidade de intervenção multidisciplinar. É imperativo desenvolver estudos randomizados controlados, de maior amostragem, com follow-up, para esclarecer quanto tempo se mantêm os efeitos da intervenção das diferentes áreas, desde a reeducação de hábitos e estilos de vida, reabilitação e tratamento cirúrgico.
Original language | Portuguese |
---|---|
Number of pages | 1 |
Publication status | Published - 4 Jun 2021 |
Externally published | Yes |
Event | Reunião Cirurgia Douro Norte - , Portugal Duration: 4 Jun 2021 → 5 Jun 2021 |
Conference
Conference | Reunião Cirurgia Douro Norte |
---|---|
Country/Territory | Portugal |
Period | 4/06/21 → 5/06/21 |