TY - CONF
T1 - MOIRA
T2 - X CITCEM Conference - Culturas d'Água: Património, Ambiente e Sociedade
AU - Marques, Diogo
AU - Gago, Ana
PY - 2022/11
Y1 - 2022/11
N2 - Temidas e admiradas, as Moiras carregam a herança cultural do(s) seus(s) tempo(s), constituindo um retrato da civilização em que ressurgem, transfiguradas. Sob a forma de serpente de longos cabelos, no fundo de um poço, a beira de uma fonte, penteando-se no leito de um rio, ou escondendo-se por entre afloramentos rochosos, a Moura Encantada traz consigo arquétipos que são igualmente formas de compreender e de pertencer. De tudo isto e feito um território; um mapa (im) preciso, expresso no património (i)material, intercultural e partilhado, que as lendas vão entretecendo em permanência. Pelo meio, contam-se histórias de anteriores ocupações, e que, no caso da região do Algarve, surgem particularmente associadas a disputas entre mouros e cristãos. Este e o universo referencial de MOIRA (https:// wreading-digits.com/moira/), instalação ciberliteraria da autoria de d1g1t0 individuo_coletivo (https://wreading-digits.com/), e em exposição na Ermida de São Roque, Tavira (julho- agosto de 2022) (https://poex.net/exposicoes/exposicoesindividuais/ d1g1t0-moira/). Resultante do trabalho de campo realizado com grupo de bordadeiras da aldeia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, diferentes relatos de lendas locais são colocados em diálogo com a obra poética emergente e abertos a sua (re)interpretação pelo publico. Numa primeira etapa, os visitantes da Ermida são convidados a sobrepor a sua própria voz ao conjunto de registos sonoros que compõem o arquivo. No centro da instalação encontra-se, porem, um poço, construído com recurso a materiais produzidos localmente e inspirando-se nas técnicas e desenhos das estruturas, emanações da cultura de água, que surgem associadas ao conjunto de relatos recolhidos. Aproximando-se do mesmo, os visitantes são responsáveis por gerar um (des)encantamento, formula poética composta por três versos gerados por processos recombina tórios em meio computacional, e a partir do vocabulário recolhido a montante, nas versões reunidas por Ataíde Oliveira, em finais do seculo XIX, e a jusante, no contacto com as bordadeiras. Nesta comunicação, para alem da apresentação dos resultados do projeto MOIRA, será analisada a sua potencial relevância para a discussão de metodologias de base artística, no trabalho sobre o património cultural imaterial, e para a promoção do envolvimento das comunidades locais na (re)criação desse (seu) património.
AB - Temidas e admiradas, as Moiras carregam a herança cultural do(s) seus(s) tempo(s), constituindo um retrato da civilização em que ressurgem, transfiguradas. Sob a forma de serpente de longos cabelos, no fundo de um poço, a beira de uma fonte, penteando-se no leito de um rio, ou escondendo-se por entre afloramentos rochosos, a Moura Encantada traz consigo arquétipos que são igualmente formas de compreender e de pertencer. De tudo isto e feito um território; um mapa (im) preciso, expresso no património (i)material, intercultural e partilhado, que as lendas vão entretecendo em permanência. Pelo meio, contam-se histórias de anteriores ocupações, e que, no caso da região do Algarve, surgem particularmente associadas a disputas entre mouros e cristãos. Este e o universo referencial de MOIRA (https:// wreading-digits.com/moira/), instalação ciberliteraria da autoria de d1g1t0 individuo_coletivo (https://wreading-digits.com/), e em exposição na Ermida de São Roque, Tavira (julho- agosto de 2022) (https://poex.net/exposicoes/exposicoesindividuais/ d1g1t0-moira/). Resultante do trabalho de campo realizado com grupo de bordadeiras da aldeia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, diferentes relatos de lendas locais são colocados em diálogo com a obra poética emergente e abertos a sua (re)interpretação pelo publico. Numa primeira etapa, os visitantes da Ermida são convidados a sobrepor a sua própria voz ao conjunto de registos sonoros que compõem o arquivo. No centro da instalação encontra-se, porem, um poço, construído com recurso a materiais produzidos localmente e inspirando-se nas técnicas e desenhos das estruturas, emanações da cultura de água, que surgem associadas ao conjunto de relatos recolhidos. Aproximando-se do mesmo, os visitantes são responsáveis por gerar um (des)encantamento, formula poética composta por três versos gerados por processos recombina tórios em meio computacional, e a partir do vocabulário recolhido a montante, nas versões reunidas por Ataíde Oliveira, em finais do seculo XIX, e a jusante, no contacto com as bordadeiras. Nesta comunicação, para alem da apresentação dos resultados do projeto MOIRA, será analisada a sua potencial relevância para a discussão de metodologias de base artística, no trabalho sobre o património cultural imaterial, e para a promoção do envolvimento das comunidades locais na (re)criação desse (seu) património.
KW - Mouras encantadas
KW - Património cultural imaterial
KW - Ciberliteratura
M3 - Abstract
SP - 84
EP - 85
Y2 - 16 November 2022 through 19 November 2022
ER -