Abstract
Este artigo discute o sentido das expressões “não fazer nada” e “não ter nada para fazer”, no contexto das sociedades contemporâneas. Partimos da ideia de que a experiência social é cada vez mais mediada pelo paradoxo entre a experiência da “falta de tempo” e a experiência do “tempo em abundância” - tempo imediato e correntemente classificado como “vazio”, sem “nada para fazer”. Ambas as expressões cunham os discursos e as ações dos atores sociais nos seus quotidianos e ambas são sociologicamente significativas, por sinalizarem um distanciamento entre as formas de organização social e cultural do mundo – o mundo tal como este se dispõe e oferece aos sentidos dos sujeitos sociais, com as suas múltiplas e diversas alternativas – e as subjetividades – os modos como o sujeito se compreende a si e à sua experiência quotidiana nesse mundo e lhe atribui sentido.
Original language | Portuguese |
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Pages (from-to) | 337-350 |
Journal | Revista Lusófona de Estudos Culturais |
Volume | 1 |
Issue number | 2 |
Publication status | Published - 2013 |