Abstract
Uma questão fundamental nos encaminhará para a reflexão que proponho: será o conteúdo da fé, dito em grego, absolutamente o mesmo que o que é dito em latim e, por extensão, o mesmo das línguas vernáculas? A questão agrava-se depois: e dentro da mesma língua, permanecerá idêntico se mudarmos o modo do seu uso? Serão a língua e os seus usos elementos assim tão extrínsecos e simplesmente instrumentais, relativamente ao que queremos dizer e ao que compreendemos com o que dizemos e escutamos? A partir destas questões, proponho que iniciemos com uma reflexão sobre o poder da linguagem para formar pensamento, articulando-o e articulando assim compreensão do mundo, de nós mesmos e do sentido de tudo isso. Partindo dessa correlação fundamental, não poderemos contornar o complexo fenómeno da pluralidade de interpretações do mundo, presente na diversidade de pensamentos e de linguagens. Terminarei com algumas sugestões de possíveis conflitos interpretativos, na relação entre cristianismo e culturas ou linguagens contemporâneas.
Original language | Portuguese |
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Journal | Theologica |
Volume | 42 |
Issue number | 1 |
Publication status | Published - 2007 |