Abstract
As transformações tecnológicas conduziram a rápidas alterações de meios e de comportamentos e favoreceram a eclosão de um vasto conjunto de aplicações e de serviços rapidamente apropriados pelos utilizadores constituindo um fenómeno de massa. As tecnologias relacionais, os sites de partilha de conhecimento como a Wikipédia, ou os sites de partilha de experiências com o apoio do software livre (Linux, Debian) são um exemplo deste fenómeno. O desenvolvimento de novos usos traduziu-se pela formação associada de comunidades e de redes sociais e deu igualmente origem a novas formas de trabalho e de produção. No campo económico emerge assim aquilo a que Bernard Stiegler chama economia da contribuição, assente numa estrutura de cooperação, dialógica (peer to peer) e participativa. Neste sentido aquilo que pretendemos analisar neste artigo são as implicações desta economia da contribuição nas novas formas de trabalho e de produção. Por um lado, faremos uma análise para ver até que ponto esta nova forma de trabalhar possibilita um novo modelo artesanal de trabalho que leva a uma maior capacitação dos trabalhadores (FabLabs ou impressoras 3D). Por outro, analisaremos se este tipo de trabalho não conduz a uma maior precarização (plataformas do tipo Mechanical Turk) dos direitos dos trabalhadores e concomitantemente a uma maior proletarização. Em sociedades cada vez mais digitais e em que a automatização é inevitável, qual será o estatuto e o lugar do trabalho humano no futuro?
Original language | English |
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Title of host publication | Los actuales câmbios sociales y laborales |
Subtitle of host publication | nuevos retos para el mundo del trabajo |
Publisher | Peter Lang |
Number of pages | 29 |
Publication status | Published - 2017 |