TY - BOOK
T1 - Processos de aprendizagem de cuidar dos estudantes de enfermagem
AU - Rabiais, Isabel Cristina Mascarenhas
PY - 2014
Y1 - 2014
N2 - Considerando a centralidade do estudante na construção do processo ensinoaprendizagem, assumindo a sua participação com responsabilidade, incentivando a utilização do pensamento crítico e partindo da questão central da investigação: Como é que o estudante de enfermagem vive a sua experiência emocional de cuidar, bem como qual a natureza da interação entre o estudante de enfermagem, o professor e o orientador face à experiência emocional de cuidar, assumimos a importância de compreender a aprendizagem do estudante, através da sua própria experiência, da forma como a vive e como reflete acerca dela, considerando questões teóricas e práticas, no sentido de contribuir para a construção de conhecimento e para o desenvolvimento científico da enfermagem. Analisámos o particular num ambiente controlado e contextual, para atingir um nível de universalização nos contextos estudados, centrados nas dimensões que se constituem como uma teoria explicativa do processo de aprendizagem de cuidar. O estudante consciencializa através de vivências reais significativas, em contexto da prática clínica, pensamentos, valores, motivações, sentimentos e emoções pela tomada de consciência de si mesmo, mediada pela capacidade de equacionar a pessoa que é, determinando o potencial para a melhoria do auto conhecimento e do auto conceito, condição essencial para a compreensão de si mesmo e consequentemente para a compreensão do Outro. Suportado pelo quadro conceptual e configurando um estudo que se prende com a visão antropocêntrica da relação pedagógica, preocupamo-nos em deixar emergir o que deve ser identificado e relevado no âmbito da competência emocional do estudante que permita estudar a experiência vivida, enquadrando-se a estratégia de investigação no paradigma qualitativo, num formato de estudo de caso único. Recorremos à análise documental, análise do registo dos incidentes críticos de 252 estudantes, bem como à realização de entrevistas a 8 estudantes, 8 enfermeiros orientadores e 8 professores, desde o primeiro ensino clínico até ao final do curso O tratamento dos dados suportou-se como estratégia principal na análise de conteúdo dos discursos, no entanto considerando que a triangulação de métodos pode tornar a investigação mais consistente, enriquecendo a compreensão do objeto em estudo, optámos também por uma análise quantitativa dos dados. Os três eixos de análise reconstituíram um processo dialógico entre indução e dedução: Ser eu próprio na compreensão do outro, Centrado na interação rumo à competência para cuidar do outro, A aprendizagem do processo de cuidados centrada em si e no outro. Encetada a rutura epistemológica, no confronto com as teorias e com a realidade, sustentamos a tese de que a aprendizagem em contexto de ensino clínico é um momento fundamental para o estudante de enfermagem, na compreensão sobre a forma como se desenvolve o processo de aprendizagem de cuidar, tendo como foco de atenção a individualidade do estudante, os contextos onde aprendeu e aprende, e o envolvimento emocional e social da aprendizagem, considerando que a conceção e a organização do ensino de enfermagem tem evoluído para um paradigma de educação reflexiva. A tese evidencia a operacionalização do currículo por via dos sujeitos, num processo de interação que concorre para a aprendizagem de cuidar. Consolida estratégias de tutoria e orientação pela importância da promoção de ambientes facilitadores da aprendizagem clínica, para que o estudante se sinta confiante e competente entre uma reflexividade da interação estruturada, ora em torno da ação comprometida, ora em torno da ação experienciada, num continuum que conduz a uma forma única e singular de ser enfermeiro e ser pessoa.
AB - Considerando a centralidade do estudante na construção do processo ensinoaprendizagem, assumindo a sua participação com responsabilidade, incentivando a utilização do pensamento crítico e partindo da questão central da investigação: Como é que o estudante de enfermagem vive a sua experiência emocional de cuidar, bem como qual a natureza da interação entre o estudante de enfermagem, o professor e o orientador face à experiência emocional de cuidar, assumimos a importância de compreender a aprendizagem do estudante, através da sua própria experiência, da forma como a vive e como reflete acerca dela, considerando questões teóricas e práticas, no sentido de contribuir para a construção de conhecimento e para o desenvolvimento científico da enfermagem. Analisámos o particular num ambiente controlado e contextual, para atingir um nível de universalização nos contextos estudados, centrados nas dimensões que se constituem como uma teoria explicativa do processo de aprendizagem de cuidar. O estudante consciencializa através de vivências reais significativas, em contexto da prática clínica, pensamentos, valores, motivações, sentimentos e emoções pela tomada de consciência de si mesmo, mediada pela capacidade de equacionar a pessoa que é, determinando o potencial para a melhoria do auto conhecimento e do auto conceito, condição essencial para a compreensão de si mesmo e consequentemente para a compreensão do Outro. Suportado pelo quadro conceptual e configurando um estudo que se prende com a visão antropocêntrica da relação pedagógica, preocupamo-nos em deixar emergir o que deve ser identificado e relevado no âmbito da competência emocional do estudante que permita estudar a experiência vivida, enquadrando-se a estratégia de investigação no paradigma qualitativo, num formato de estudo de caso único. Recorremos à análise documental, análise do registo dos incidentes críticos de 252 estudantes, bem como à realização de entrevistas a 8 estudantes, 8 enfermeiros orientadores e 8 professores, desde o primeiro ensino clínico até ao final do curso O tratamento dos dados suportou-se como estratégia principal na análise de conteúdo dos discursos, no entanto considerando que a triangulação de métodos pode tornar a investigação mais consistente, enriquecendo a compreensão do objeto em estudo, optámos também por uma análise quantitativa dos dados. Os três eixos de análise reconstituíram um processo dialógico entre indução e dedução: Ser eu próprio na compreensão do outro, Centrado na interação rumo à competência para cuidar do outro, A aprendizagem do processo de cuidados centrada em si e no outro. Encetada a rutura epistemológica, no confronto com as teorias e com a realidade, sustentamos a tese de que a aprendizagem em contexto de ensino clínico é um momento fundamental para o estudante de enfermagem, na compreensão sobre a forma como se desenvolve o processo de aprendizagem de cuidar, tendo como foco de atenção a individualidade do estudante, os contextos onde aprendeu e aprende, e o envolvimento emocional e social da aprendizagem, considerando que a conceção e a organização do ensino de enfermagem tem evoluído para um paradigma de educação reflexiva. A tese evidencia a operacionalização do currículo por via dos sujeitos, num processo de interação que concorre para a aprendizagem de cuidar. Consolida estratégias de tutoria e orientação pela importância da promoção de ambientes facilitadores da aprendizagem clínica, para que o estudante se sinta confiante e competente entre uma reflexividade da interação estruturada, ora em torno da ação comprometida, ora em torno da ação experienciada, num continuum que conduz a uma forma única e singular de ser enfermeiro e ser pessoa.
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