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Abstract
Desde o seu aparecimento, há mais de um século, a rádio é o meio de comunicação que mais se tem reinventado, primeiro perante da chegada de novos média, como a televisão, depois com o surgimento da internet, nos anos 90, e finalmente com o aparecimento das redes sociais, já no século XXI. Com efeito, face à emergência da web, a rádio pode atualmente ser lida no site, vista em streamnig e em podcast, e participada através das redes sociais.Inovar não é, portanto, uma novidade para o meio sonoro e também não é apanágio das rádios mais jovens. A comprová-lo, a Renascença, com mais de 80 anos de existência, foi pioneira ao conceber e transmitir uma emissão ininterrupta de mais de 50 horas, a partir de um estúdio móvel instalado na Praça do Rossio em Lisboa, a que deu o nome Três por todos.Foram mais de dois dias (entre 16 e 18 de Junho) ao vivo e em direto com as mesmas três locutoras, numa emissão durante a qual a equipa não dormiu, como forma de mobilizar a sociedade para a necessidade de um forte apoio financeiro aos artistas, técnicos, promotores de eventos musicais e outros setores da cultura, que viram os seus espetáculos cancelados por causa da Covid 19.Nunca esquecendo a sua matriz solidária, a Emissora Católica e o programa Três por todos cumpriram um desafio inédito: realizar o maior programa de rádio de sempre, conduzido pelas as três locutoras da manhã contando, nos bastidores, com vários técnicos de som, de imagem, de edição áudio e vídeo e produtores.Num tempo de distanciamento social, a rádio, também ela afetada pela pandemia com um decréscimo de receitas em publicidade, provou ser, uma vez mais, o elo de ligação entre ouvintes, seguidores e espetadores dispersos geograficamente, através de um programa multimédia e multiplataforma, que contemplou atuações ao vivo, momentos de humor, entrevistas, leilões online, reportagens de rua e a presença de vários artistas e personalidades em estúdio. É este fenómeno disruptivo que o presente artigo procura analisar. Para o efeito, foi realizado um estudo aprofundado da construção de Três por todos da Renascença, que recorreu à análise do guião da emissão e respetivo alinhamento musical, e a entrevistas aos principais intervenientes desta iniciativa - diretor de programação, animadoras, produtores e técnicos – procurando apurar como se operacionalizaram 51 horas de programa outdoors, quantas pessoas estiveram envolvidas no processo, como foi divulgada e apoiada esta ação, e quais os custos de produção de um evento desta natureza, quando o próprio setor da rádio precisa de investimento.A partir desse estudo, apresentam-se os resultados do impacto e envolvimento que este programa-maratona non stop levado a cabo por uma emissora privada teve, com números de audiência e montantes angariados para a União do Audiovisual, numa altura em que os profissionais do espetáculo continuam a manifestar-se contra a falta de incentivos do Estado, condenando a ausência de uma estratégia nacional concertada que apoie o setor da cultura.
Translated title of the contribution | Three for all: Radio and audiovisual in pandemic times |
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Original language | Portuguese |
Publication status | Published - 14 Apr 2022 |
Event | XII Congresso da SOPCOM: Comunicação & Disrupção, Desafios Culturais, Societais e Tecnológicos - Portugal, Lisbon, Portugal Duration: 11 Apr 2022 → 13 Apr 2022 http://www.sopcom2022.pt/ |
Conference
Conference | XII Congresso da SOPCOM |
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Abbreviated title | SOPCOM 2022 |
Country/Territory | Portugal |
City | Lisbon |
Period | 11/04/22 → 13/04/22 |
Internet address |
Keywords
- Radio broadcasting
- Pandemics
- Special morning show
Fingerprint
Dive into the research topics of 'Three for all: Radio and audiovisual in pandemic times'. Together they form a unique fingerprint.Activities
- 1 Oral presentation
-
Três por todos! A rádio e o audiovisual em tempos de pandemia
Curvelo, R. (Speaker)
19 Jan 2022Activity: Talk or presentation › Oral presentation