TY - THES
T1 - Traduzir a gastronomia
T2 - análise das ementas da corte portuguesa, do final do século XIX até à implantação da República
AU - Louchet, Chantal Marie Joelle
PY - 2013/9/28
Y1 - 2013/9/28
N2 - Este trabalho surgiu de uma vontade de voltar a dar à cultura portuguesa uma parte da sua história na sua própria língua visto as ementas da corte serem redigidas em francês no final do século XIX. De igual forma, a riqueza da linguagem culinária usada na construção das ementas, com todas as suas especificidades próprias da época e da cultura gastronómica do seculo XIX, foi um elemento determinante na escolha deste trabalho. É de realçar o aspeto da reversão para língua portuguesa de todo um habitus cultural entretanto desaparecido. Os textos de partida são escritos na língua francesa, o francês sendo na altura a “langue reine des menus historiques” na aristocracia europeia. Vem-nos logo à mente a seguinte pergunta: «Porque é que as ementas da corte portuguesa eram redigidas numa outra língua que não a língua vernácula?» Como o mencionou Jean-Pierre Poulain, a gastronomia francesa teve essa capacidade de se impor como modelo às elites de outros espaços culturais. É interessante perceber a razão da minha escolha pois não se trata apenas de um trabalho de tradução, mas também da clarificação de toda uma parte cultural visível nas ementas. A ementa pode ser interpretada como um testemunho da vida da corte, um testemunho cultural, social e político dessa época, da mesma forma que é um importante testemunho artístico, devido à sua estética própria, fazendo parte integrante da nossa memória coletiva. A história da ementa é bem mais complexa do que poderia parecer. Este objeto, colocado em cima da mesa - a ementa -, é uma invenção do seculo XIX com a passagem do “service à la française” para o “service à la russe”. Sendo indicador e um primeiro contato antecipado dos prazeres gastronómicos, é um instrumento-chave no estudo da história culinária e da sua evolução, da etiqueta e das relações sociais num determinado espaço temporal.
AB - Este trabalho surgiu de uma vontade de voltar a dar à cultura portuguesa uma parte da sua história na sua própria língua visto as ementas da corte serem redigidas em francês no final do século XIX. De igual forma, a riqueza da linguagem culinária usada na construção das ementas, com todas as suas especificidades próprias da época e da cultura gastronómica do seculo XIX, foi um elemento determinante na escolha deste trabalho. É de realçar o aspeto da reversão para língua portuguesa de todo um habitus cultural entretanto desaparecido. Os textos de partida são escritos na língua francesa, o francês sendo na altura a “langue reine des menus historiques” na aristocracia europeia. Vem-nos logo à mente a seguinte pergunta: «Porque é que as ementas da corte portuguesa eram redigidas numa outra língua que não a língua vernácula?» Como o mencionou Jean-Pierre Poulain, a gastronomia francesa teve essa capacidade de se impor como modelo às elites de outros espaços culturais. É interessante perceber a razão da minha escolha pois não se trata apenas de um trabalho de tradução, mas também da clarificação de toda uma parte cultural visível nas ementas. A ementa pode ser interpretada como um testemunho da vida da corte, um testemunho cultural, social e político dessa época, da mesma forma que é um importante testemunho artístico, devido à sua estética própria, fazendo parte integrante da nossa memória coletiva. A história da ementa é bem mais complexa do que poderia parecer. Este objeto, colocado em cima da mesa - a ementa -, é uma invenção do seculo XIX com a passagem do “service à la française” para o “service à la russe”. Sendo indicador e um primeiro contato antecipado dos prazeres gastronómicos, é um instrumento-chave no estudo da história culinária e da sua evolução, da etiqueta e das relações sociais num determinado espaço temporal.
M3 - Master's Thesis
ER -