Abstract
Numa entrevista concedida à revista K, em Maio de 1991, o jornalista Miguel Sousa Tavares comentava acerca de O Independente:
“Penso que [O Independente] foi a coisa mais bem vinda ao jornalismo português dos últimos anos. Serviu para mostrar como o Expresso estava velho, como estava velho o jornalismo que praticava (…).
(…) uma vez chamei ayatola ao Miguel Esteves Cardoso. Disse-o no sentido em que ele conduz massas, determina comportamentos e sabe o que faz. Ele não é inofensivo; portanto, é um mentor que aspira a ter uma corte de seguidores, uma irmandade (…)”
Nas palavras de Sousa Tavares, O Independente surge já como contraponto àquilo que era a prática jornalística corrente nos finais da década de oitenta e que tem como figura de proa um jovem que deixara a academia para se tornar o condutor de uma geração. Miguel Esteves Cardoso interroga e analisa a sua geração, o seu país, o seu momento histórico para propor visões alternativas às vigentes e encabeçando projectos que, sendo jornalísticos, têm um alcance ideológico e cultural muito mais vasto (Barradas, 2012).
Face a esta convicção, aquilo que nos propomos averiguar no presente trabalho é se a “Geração do Independente” pode ser entendida como, de facto, uma geração cultural, ou se se tratou de uma moda – um fenómeno muito popular, mas circunstanciado que ia “do Bairro Alto à sede da revista K”, como pensava, em 1991, Sousa Tavares.
“Penso que [O Independente] foi a coisa mais bem vinda ao jornalismo português dos últimos anos. Serviu para mostrar como o Expresso estava velho, como estava velho o jornalismo que praticava (…).
(…) uma vez chamei ayatola ao Miguel Esteves Cardoso. Disse-o no sentido em que ele conduz massas, determina comportamentos e sabe o que faz. Ele não é inofensivo; portanto, é um mentor que aspira a ter uma corte de seguidores, uma irmandade (…)”
Nas palavras de Sousa Tavares, O Independente surge já como contraponto àquilo que era a prática jornalística corrente nos finais da década de oitenta e que tem como figura de proa um jovem que deixara a academia para se tornar o condutor de uma geração. Miguel Esteves Cardoso interroga e analisa a sua geração, o seu país, o seu momento histórico para propor visões alternativas às vigentes e encabeçando projectos que, sendo jornalísticos, têm um alcance ideológico e cultural muito mais vasto (Barradas, 2012).
Face a esta convicção, aquilo que nos propomos averiguar no presente trabalho é se a “Geração do Independente” pode ser entendida como, de facto, uma geração cultural, ou se se tratou de uma moda – um fenómeno muito popular, mas circunstanciado que ia “do Bairro Alto à sede da revista K”, como pensava, em 1991, Sousa Tavares.
Original language | Portuguese |
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Pages (from-to) | 77-90 |
Journal | Boletim Centro de Estudos Regianos |
Issue number | 24-25 |
Publication status | Published - 2018 |