Os idosos confusos constituem uma parte significativa dos doentes dos serviços de medicina. A Confusão tem um peso significativo para o Risco de Queda. Estando estes idosos sujeitos à ocorrência de queda, o que pode dar origem a internamentos prolongados e até levar à morte, por ferimentos graves, torna-se necessário que os enfermeiros estejam despertos para a problemática e consigam, eficazmente, identificar doentes confusos e com risco de queda, para implementar intervenções eficazes. Pretendeu-se investigar em que medida o juízo clínico dos enfermeiros perante os diagnósticos de Confusão e Risco de Queda se aproxima do nível de identificação proporcionado por instrumentos de medida, devidamente validados. Assim, efetuou-se um estudo exploratório e descritivo, em que se aplicou uma escala de avaliação de Confusão (a Escala de Confusão Neecham) e uma escala de avaliação de Risco de Queda (o Modelo de Hendrich II de Risco de Queda) a uma amostra de 96 doentes com mais de 65 anos, internados num serviço de medicina (em dois momentos distintos: na admissão e na alta). Colheram-se dados do processo clínico, referentes aos diagnósticos de enfermagem “Confusão” e “Risco de Queda”, efetuados pelo juízo clínico dos enfermeiros, sem recurso ao uso de instrumentos de medida validados. No dia da alta voltou-se a consultar os processos, para a colheita de dados referentes a eventuais episódios de queda. Os dados obtidos permitem verificar a existência de uma correlação moderada entre a Confusão e o Risco de Queda. A idade é um fator de risco para a Confusão e para o Risco de Queda. Para avaliar as diferenças entre a validade discriminante na identificação diagnóstica, resultante da recolha de dados pelos enfermeiros sem recurso a instrumentos de medida validados e com o uso Modelo de Hendrich II de Risco de Queda, os doentes foram divididos em dois grupos de acordo com a presença (ou ausência) do diagnóstico de enfermagem: risco de queda. Os resultados mostram um valor elevado de sensibilidade nos dois métodos em análise (100%), o que traduz a capacidade dos métodos para identificar corretamente o risco de queda entre aqueles que o possuem. Já quanto à especificidade verificamos que o julgamento clínico dos enfermeiros para excluir corretamente aqueles que não possuem o risco é muito fraca (5,5%), enquanto a utilização do Modelo de Hendrich II de Risco de Queda apresenta uma especificidade moderada (37,4%) sobreponível a alguns estudos realizados com este instrumento de avaliação. Quanto ao valor preditivo positivo (VPP) e valor preditivo negativo (VPN) do julgamento clínico dos enfermeiros para predizer doentes que caem ou de não se ter queda, é muito fraca (5,5%). Por seu lado, a utilização do Modelo de Hendrich II de Risco de Queda apresenta também um valor baixo de VPP (8,1%), sendo bastante mais elevado (34,7%) o valor preditivo negativo (VPN), ou seja, apresenta melhor capacidade para ajudar a prever qual a possibilidade de não se ter queda. Globalmente, podemos afirmar que a utilização do Modelo de Hendrich II de Risco de Queda não é melhor em prever a queda do que os julgamentos clínicos dos enfermeiros. Contudo, o mesmo não se verifica para excluir corretamente aqueles que não possuem o risco e para prever qual a possibilidade de não se ter queda, onde o Modelo de Hendrich II de Risco de Queda apresenta valores moderados à semelhança de outros estudos
Date of Award | 2012 |
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Original language | Portuguese |
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Awarding Institution | - Universidade Católica Portuguesa
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Supervisor | Paulino Sousa (Supervisor) & Paulo Marques (Co-Supervisor) |
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- Falls
- Confusion
- Hendrich II Fall Risk Model
- Neecham Confusion Scale
- Nursing
Risco de queda em doentes confusos: estudo exploratório numa unidade hospitalar de medicina
Risso , S. M. G. (Student). 2012
Student thesis: Master's Thesis