Avaliação dos efeitos dos programas de incentivo às empresas no desempenho empresarial

Todos os anos, milhões de euros são gastos em incentivos à inovação em empresas em todo o mundo, sendo esta uma das políticas que mais destaque tem vindo a ganhar nos últimos anos. Mais recentemente, no Programa de Recuperação e Resiliência, foram anunciados investimentos nesta categoria superiores a dois mil milhões de euros para Portugal. Mas quais os efeitos reais destes programas? Quais as características das empresas que beneficiam deste tipo de políticas? E quais os resultados destes incentivos na composição da força de trabalho e perspetivas de crescimento de cada empresa? Para além disto, o progresso tecnológico afeta o comportamento das empresas no lado da procura no mercado do trabalho, e consequentemente afeta a composição do trabalho no seio das empresas. Ao promover empresas mais intensas tecnologicamente, a procura relativa de trabalhadores qualificados aumenta, o que tem consequências para a desigualdade salarial visto que o salário de equilíbrio de trabalhadores mais qualificados aumenta (em termos relativos). Assim, efeitos ao nível da empresa acabam por afetar também os trabalhadores. Este ângulo é crítico para o desenho e a análise de políticas públicas. Este racional levanta então a questão: qual a direção e a magnitude dos efeitos de incentivos fiscais no desempenho das empresas e nos salários e emprego dos seus trabalhadores?