Resumo
Parte-se da noção de ira como motor da História, que Peter Sloterdijk desenvolve no artigo «Os novos frutos da ira: Pós-comunismo, Neoliberalismo e Islamismo» (in O Estado do Mundo, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2006). Face à centralidade holística do capitalismo contemporâneo, sigo Sloterdijk quando afirma esgotado o potencial ameaçador e regulador da «energia timótica» comunista. Os espectros irados que alimentaram, a contrario, o modelo social europeu volveram-se, assim, em «espectros inúteis» (Richard Sennett), marginalizados por uma constante ameaça avaliativa. O terrorismo islamita não renova, pois, uma ira produtiva, constituindo antes uma outra face deste novo vazio (conceito que impulsiona a necessidade de reconhecimento intersubjectivo, relacionada aqui com duas variações recentes sobre a peça Macbeth, de Shakespeare).
Idioma original | Portuguese |
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Páginas (de-até) | 67-81 |
Número de páginas | 15 |
Revista | Comunicação & Cultura |
Número de emissão | 4 |
DOIs | |
Estado da publicação | Publicado - 2007 |
Keywords
- Espectro
- Ira
- Neoliberalismo
- Reconhecimento
- Terrorismo
- Vazio