As alterações da pintura mural a fresco no norte de Portugal

Alexandra Marco, Eduarda Vieira, Joaquim I. Caetano, Manuela Pintado, Patrícia R. Moreira*

*Autor correspondente para este trabalho

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Resumo

Apesar de grande parte do estudo da pintura mural a fresco estar por efectuar, esta expressão artística desenvolveu-se em Portugal com intensa actividade entre os séculos XV e XVI. No Norte de Portugal, devido a uma maior escassez da matéria-prima cal, a pintura apresenta frequentemente apenas uma camada de reboco, extremamente delgada, por oposição à usual utilização de duas camadas. O suporte destas pinturas foi quase exclusivamente o granito, uma rocha com boas propriedades fisico-químicas para a execução de revestimentos de cal e tipologias decorativas associadas. A degradação das pinturas murais, além da acção humana, está relacionada com a alta porosidade do substrato, sua natureza carbonatada, a presença de água nas paredes e as condições ambientais. A conjugação destes agentes é responsável pela perda significativa de área pictórica e das manchas negras inestéticas por biocolonização. No Norte de Portugal vários frescos dos séculos XV-XVI evidenciam esta alteração que mancha tanto os suportes como as pinturas – alteração de grande impacto estético que domina a atenção dos conservadores-restauradores na metodologia das intervenções. Apesar do substrato dos frescos ser principalmente inorgânico, o depósito de partículas atmosféricas e a absorção de água por capilaridade, pode promover o desenvolvimento de fungos, que segregam metabolitos como ácidos orgânicos. Diversos fungos também produzem pigmentos que variam em função da espécie, dos constituintes da pintura mural, dos factores ambientais, entre outros. O tratamento com biocidas é eficaz na erradicação dos organismos, mas não na remoção da pigmentação resultante do seu crescimento. Para assegurar intervenções éticas e sustentáveis, é fundamental conhecer tanto a natureza e comportamento dos materiais, como o seu estado de conservação actual e a identificação dos agentes e factores de degradação. Este trabalho pretende apresentar um estado da arte para este tema, incluindo os métodos mais comuns de abordagem em Conservação e Restauro para este problema.
Idioma originalPortuguese
Título da publicação do anfitriãoI Simpósio Ibérico
Subtítulo da publicação do anfitriãoA Cal na Arte e no Património Edificado
EditoresMilene Gil, Patrícia Monteiro
Local da publicaçãoÉvora
EditoraUniversidade de Évora
Páginas31-31
Número de páginas1
ISBN (impresso)9789899947535
Estado da publicaçãoPublicado - 2017
EventoI Simpósio Ibérico: A Cal na Arte e no Património Edificado - Universidade de Évora, Évora
Duração: 19 out. 201720 out. 2017

Conferência

ConferênciaI Simpósio Ibérico
País/TerritórioPortugal
CidadeÉvora
Período19/10/1720/10/17

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