Resumo
Alexander von Humboldt (1769-1859), um dos mais completos e complexos naturalistas do século XIX, é essencialmente conhecido pela viagem de exploração geográfica, botânica e mineralógica levada a cabo em vastas regiões das então colónias espanholas da América Central e do Sul, entre 1799 e 1804. Bem menos conhecidas são as suas numerosas alusões à expressividade linguística que cimenta a literatura de povos e nações. A par de Goethe, com quem Humboldt conviveu e a quem dedicou, inclusive, um artigo sobre botânica, é de destacar uma mole de autores europeus – Shakespeare, Calderón de la Barca, Bernardin de Saint-Pierre ou Luís de Camões – e também provenientes de espaços culturais extra-europeus, como a Índia.
Para além das referências literárias inseridas na sua obra e que atingem o máximo grau de profundidade em „Descrição da natureza. Sentimento da natureza de acordo com a diversidade de épocas e de povos” (1845-1847), Humboldt recorre, ele próprio, a uma linguagem poética em muitos dos seus textos de carácter científico. Destacam-se aqui os diários de viagem. Escritos durante a primeira etapa da expedição, os diários são, não só, testemunho do desenvolvimento epocal alcançado nos vários ramos do saber, como se tingem de poeticidade nas descrições da natureza sublime dos vastos territórios que integram a actual Venezuela.
Idioma original | Portuguese |
---|---|
Título da publicação do anfitrião | Literatura e ciência |
Subtítulo da publicação do anfitrião | diálogos multidisciplinares II |
Editores | Isabel Barros Dias, Gabriela Gândara Terenas, Margarida Esperança Pina, Margarida Santos Alpalhão, Maria de Fátima Nunes, Maria do Rosário Lupi Bello, Teresa Nobre de Carvalho |
Editora | Universidade Aberta |
Páginas | 28-40 |
Número de páginas | 13 |
ISBN (impresso) | 9789726748953 |
Estado da publicação | Publicado - dez. 2021 |
Keywords
- Natureza
- Poesia
- Ciência
- Línguas
- Escravatura