Desenvolvimento de territórios criativos no Brasil e Portugal: uma análise a partir da inclusão e da inovação observada em hubs

O conceito de territórios criativos refere-se a espaços geográficos onde a criatividade impulsiona o desenvolvimento económico, social e cultural. Esses territórios são marcados pela concentração de atividades e indústrias criativas, como arte, design, media, tecnologia e turismo cultural, que interagem para gerar inovação e promover a diversidade cultural. Além de impulsionar o crescimento económico, os territórios criativos desempenham um papel crucial na coesão social, revitalização urbana e inclusão de grupos marginalizados. Dentro desses territórios, os hubs criativos são essenciais. São espaços físicos ou virtuais que servem como pontos de encontro para criadores, empreendedores, artistas e inovadores de diferentes áreas, promovendo a colaboração interdisciplinar, facilitando o acesso a recursos e incentivando a experimentação de novas ideias e projetos. Como catalisadores de inovação, os hubs criativos conectam pessoas e recursos, potencializando o impacto das atividades criativas no território. Este estudo propõe uma análise comparativa entre dois hubs criativos: um em Porto Alegre, Brasil, e outro no Porto, Portugal. A análise foca nas perspectivas de inclusão e inovação, com o objetivo de entender como essas dimensões contribuem para o desenvolvimento sustentável e inclusivo nos territórios criativos. A pesquisa, em curso, realizada através de uma parceria entre a Universidade Católica Portuguesa e a Universidade Feevale, utiliza uma metodologia qualitativa, que inclui entrevistas com atores-chave dos hubs, análise de documentos oficiais e observação direta. Três indicadores de inclusão serão examinados: acessibilidade a oportunidades de formação e emprego para grupos marginalizados, promoção da diversidade cultural e participação ativa das comunidades locais. Em relação à inovação, a análise se concentrará na capacidade dos hubs de fomentar novos negócios e startups criativas, adoção de tecnologias emergentes e criação de redes de colaboração interdisciplinar e internacional. O estudo visa identificar as práticas e políticas mais eficazes para a promoção de ambientes inclusivos e inovadores em territórios criativos. Espera-se que os resultados mostrem como a inclusão social, através do acesso à educação e à formação em setores criativos, pode impulsionar a coesão social e melhorar a qualidade de vida. Além disso, a análise do papel dos hubs na internacionalização e na participação em redes globais destacará como essas conexões podem fortalecer a inovação e a competitividade das indústrias criativas. Os resultados preliminares indicam que ambos os hubs têm investido em práticas de inovação e inclusão, contribuindo para um desenvolvimento mais equitativo e sustentável. Essas descobertas podem apoiar a formulação de políticas públicas para a ampliação dessas práticas em outros territórios, fortalecendo ecossistemas criativos em diferentes contextos globais.