Resumo
O romance O Fiel Jardineiro [The Constant Gardener] (2001) de John Le Carré problematiza a exploração por interesses internacionais do povo africano anteriormente colonizado, num tempo pós-colonial marcado pela globalização. Apesar da tentativa do romancista de revelar as complexas maquinações entre as multinacionais, a Grã-Bretanha e os países subdesenvolvidos, a sua atenção concentra-se em personagens que estão claramente conotadas com o poder. Este ensaio analisa a remediação fílmica que Fernando Meirelles fez do romance de Le Carré em 2005 e demonstra como Meirelles transforma a representação que Le Carré faz de múltiplos conflitos numa reflexão sobre a complexidade do fenómeno da globalização e do seu impacto no Sul Global. Defendo que Meirelles transforma o seu filme num palco em que as forças hegemónica e contra-hegemónica da globalização (Santos, “The Processes”) são confrontadas e interrogadas a partir de uma perspectiva ética. Esta última salienta a relevância do que Appadurai denomina “globalization from below” (“Grassroots”) e o papel do cinema na denúncia dos males da globalização.
Idioma original | English |
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Páginas (de-até) | 9-15 |
Número de páginas | 7 |
Revista | Máthesis |
Número de emissão | 21 |
DOIs | |
Estado da publicação | Publicado - 1 jan. 2012 |
Keywords
- O Fiel Jardineiro
- Fernando Meirelles
- Globalização
- Estudos fílmicos