TY - BOOK
T1 - Fidelidade e infidelidade nas relações amorosas
AU - Castro, Maria Guilhermina
PY - 2010/6/20
Y1 - 2010/6/20
N2 - O estudo tomou por objecto os significados atribuídos à fidelidade e à infidelidade nas relações amorosas, no que toca a conteúdos, relações entre conteúdos e constelações de significados. A literatura científica mostrou-se sobretudo centrada na infidelidade, com intensa conotação moral e pouca diferenciação conceptual. Constatou-se uma ausência de consenso entre os autores quanto ao constructo “infidelidade“, com implicações diversas, entre as quais a inconsistência nos resultados publicados. O estudo empírico teve como objectivo compreender as concepções das próprias pessoas sobre o assunto, adoptando, para isso, uma metodologia exploratória e aberta, que combinou análises quantitativas e qualitativas: (a) foram administrados questionários escritos com questões abertas, a 226 adultos; os dados foram submetidos a análise estatística não paramétrica, a análise de conteúdo, a análise automática de dados textuais e análise factorial de correspondências; (b) para uma abordagem em profundidade dos significados associados a fidelidade e infidelidade, foi feita análise de conteúdo de 29 entrevistas individuais semi-estruturadas, realizadas oralmente. Observou-se, nas concepções dos inquiridos, uma grande diversidade de conteúdos, pelo que foi proposta uma abordagem multidimensional da fidelidade e da infidelidade. Os conteúdos e as relações entre conteúdos agruparam-se em padrões discursivos (“Ser traído”, “Ser infiel”, “Moralista racional”, “Pró-relacional”, “Sou sempre fiel” e “Sou fiel aos valores”), interpretados como constelações de significados, que coexistiam e alternavam na mesma pessoa (meta-significados). Propôs-se o envolvimento extradiádico como significante de diversos significados, numa relação metafórica. Sugeriu-se que esta associação emergiu na interacção entre necessidades psicológicas (união, valor próprio, segurança, descoberta, prazer sexual, entre outras) e contextos sociais, veiculadores de mensagens sobre o que é uma relação amorosa (tais como pressupostos de duplo padrão, de romantismo fusional, de hedonismo). A infidelidade não constituiu uma oposição simétrica da fidelidade, pelo que não se pode deduzir a primeira a partir do estudo segunda: antes, elas são melhor entendidas dialecticamente como indissociáveis e complementares, quais figura e fundo.
AB - O estudo tomou por objecto os significados atribuídos à fidelidade e à infidelidade nas relações amorosas, no que toca a conteúdos, relações entre conteúdos e constelações de significados. A literatura científica mostrou-se sobretudo centrada na infidelidade, com intensa conotação moral e pouca diferenciação conceptual. Constatou-se uma ausência de consenso entre os autores quanto ao constructo “infidelidade“, com implicações diversas, entre as quais a inconsistência nos resultados publicados. O estudo empírico teve como objectivo compreender as concepções das próprias pessoas sobre o assunto, adoptando, para isso, uma metodologia exploratória e aberta, que combinou análises quantitativas e qualitativas: (a) foram administrados questionários escritos com questões abertas, a 226 adultos; os dados foram submetidos a análise estatística não paramétrica, a análise de conteúdo, a análise automática de dados textuais e análise factorial de correspondências; (b) para uma abordagem em profundidade dos significados associados a fidelidade e infidelidade, foi feita análise de conteúdo de 29 entrevistas individuais semi-estruturadas, realizadas oralmente. Observou-se, nas concepções dos inquiridos, uma grande diversidade de conteúdos, pelo que foi proposta uma abordagem multidimensional da fidelidade e da infidelidade. Os conteúdos e as relações entre conteúdos agruparam-se em padrões discursivos (“Ser traído”, “Ser infiel”, “Moralista racional”, “Pró-relacional”, “Sou sempre fiel” e “Sou fiel aos valores”), interpretados como constelações de significados, que coexistiam e alternavam na mesma pessoa (meta-significados). Propôs-se o envolvimento extradiádico como significante de diversos significados, numa relação metafórica. Sugeriu-se que esta associação emergiu na interacção entre necessidades psicológicas (união, valor próprio, segurança, descoberta, prazer sexual, entre outras) e contextos sociais, veiculadores de mensagens sobre o que é uma relação amorosa (tais como pressupostos de duplo padrão, de romantismo fusional, de hedonismo). A infidelidade não constituiu uma oposição simétrica da fidelidade, pelo que não se pode deduzir a primeira a partir do estudo segunda: antes, elas são melhor entendidas dialecticamente como indissociáveis e complementares, quais figura e fundo.
M3 - Doctoral Thesis
ER -