Genetically modified food and health professionals: knowledge, practice and training needs

Isabella Ribeiro de Figueiredo Vieira

Resultado de pesquisa

Resumo

Desde 1996 têm sido aprovados uma série de alimentos transgénicos para alimentação humana e animal na União Europeia. Estes alimentos, alterados através de engenharia genética, têm sido questionados quanto às dimensões dos seus potenciais benefícios e riscos. Isto é especialmente relevante no caso da dimensão nutricional, onde os consumidores são confrontados com as decisões diárias sobre a melhor maneira de se alimentar. Neste contexto os profissionais de saúde acabam por ser chamados a intervir, mais cedo ou mais tarde, e responder no âmbito do seu contacto clínico a questões de opinião, atitude e ciência. Assim o objetivo deste trabalho foi avaliar o conhecimento e opinião dos nutricionistas e médicos sobre o tema dos alimentos transgénicos e a sua perceção de necessidades de formação, além de apresentar uma proposta de ensino desta temática. Nesta investigação foram utilizados métodos de diferentes naturezas. Combinaram se dados de natureza qualitativa e quantitativa (questionário, entrevista, aula) a fim de possibilitar a compreensão e aprofundamento dos fenómenos envolvidos. Um questionário foi aplicado entre março e julho de 2016, com a participação de 248 nutricionistas e 278 médicos. O questionário foi validado e outras análises baseadas em estatísticas foram realizadas para obter perfis dos entrevistados em função das várias questões associadas aos alimentos geneticamente modificados. Foi também realizado um estudo piloto com a participação de 14 profissionais de saúde com o objetivo de estabelecer e avaliar um módulo de formação em alimentos transgénicos para o ensino superior de Ciências da Nutrição e Medicina. Os resultados mostraram diferenças entre nutricionistas e médicos: nutricionistas revelam opiniões mais desfavoráveis sobre alimentos transgénicos e médicos tendem para posições mais neutras. Esta caracterização permite retratar em detalhe como é que esses profissionais percebem a temática dos alimentos transgénicos. Parece existir influências de idade, género e nível de formação, seja nas opiniões seja no conhecimento. Tanto nutricionistas como médicos apresentam conhecimento fraco relativamente aos alimentos transgénicos. Estes dados podem ser compreendidos à luz da ausência generalizada de módulos de ensino desta temática, quer nos cursos de graduação, pós-graduação ou formação contínua. Nutricionistas e médicos consideraram útil ter algum tipo de treino em alimentos transgénicos durante a formação universitária e profissional, mas suas opiniões divergem quanto ao formato e tipo de oferta. Sendo os nutricionistas especialistas na área alimentar, a oferta pode ser tanto em disciplinas nucleares como optativas. Já para médicos a ampliação do conhecimento se daria de forma menos visível, como disciplinas suplementares ou workshops. O formato de ensino multidisciplinar proposto nesta investigação deriva do reconhecimento da teia complexa que liga ciência e tecnologia à sociedade. A formação por esta abordagem prepara os profissionais para ser mais críticos, aptos a raciocinar, pesquisar e questionar, reconhecendo os limites do conhecimento e suas implicações na tomada de decisão perante incertezas e riscos de distribuição social desigual. Os resultados deste trabalho contribuem para e acrescentam à literatura atual sobre o posicionamento dos profissionais de saúde face aos alimentos transgénicos, estabelecendo um referencial e abrindo a porta a questões adicionais a que importa responder.
Idioma originalEnglish
Instituição de premiação
  • Universidade Católica Portuguesa
Supervisores/Consultores
  • Silva, Margarida, Supervisor
  • Pinto, Elisabete, Co-orientador
  • Brandão, Teresa R.S., Co-orientador
Data do prémio10 set. 2021
Estado da publicaçãoPublicado - 2021

Keywords

  • Alimentos geneticamente modificados
  • Médicos
  • Nutricionistas
  • Formação

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