Resumo
Os primeiros onze capítulos da Bíblia sempre puseram especiais problemas à sua interpretação, em boa parte, por serem lidos em circuito fechado, no desconhecimento do seu contexto. A descoberta de mitos de criação na antiga Mesopotâmia, paralelos estreitos dos seus congéneres bíblicos, vem situá-los no seu contexto cultural específico e contribui para a sua compreensão teológica. Só é preciso reconhecer que as narrativas bíblicas da criação são mitos e contêm toda a rica espiritualidade dos mitos de criação. Estes são o resultado de uma intuição religiosa, de uma constante atitude contemplativa face às coisas e à existência humana: vêem-nas à luz de Deus, em relação com Deus e vêem Deus nelas. Visam interpretá-las, sublimá-las, dar-lhes o mais profundo sentido, sugerindo que a maneira mais elevada de olhar para elas é vê-las na dependência de Deus. Para isso, em forma de história, atribuem a sua existência a um acto criador de Deus “no princípio” de tudo o que existe. São, pois, essencialmente autênticos actos de fé e teologia narrativa.
Idioma original | Portuguese |
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Páginas (de-até) | 45-73 |
Número de páginas | 29 |
Revista | Didaskalia |
Volume | 37 |
Número de emissão | 1 |
DOIs | |
Estado da publicação | Publicado - 1 jan. 2007 |