Resumo
O pensamento político de Edmund Burke levanta a quem o estuda a elementar dificuldade de nunca sermos confrontados com uma exposição teórica, arrumada, sobre os diversos temas que o interessaram: a moral, a religião, a política. O seu discurso é sempre reactivo e circunstanciado, embora não errático. A sua opção por esta abordagem dos assuntos e a sua recusa da exposição abstracta sistemática radica, a meu ver, na insuficiência que Burke atribui ao discurso abstracto sobre a realidade. A riqueza de cada conjuntura política, ou de cada momento histórico, requerem uma atenção vigilante dirigida ao carácter único e irrepetível do real, o qual, quando subsumido na construção geral e abstracta do discurso teorizador, se perde. Uma concepção do real que privilegia sobremaneira a singularidade de cada acontecimento carece de instrumentos que agilizem a acção. Este artigo pretende analisar à luz desta chave a sua defesa daquilo a que chama o justo preconceito.
Idioma original | Portuguese |
---|---|
Título da publicação do anfitrião | Estatuto do singular |
Subtítulo da publicação do anfitrião | estratégias e perspectivas: actas |
Editores | Maria Luísa Couto Soares, Nuno Venturinha, Gil da Costa Santos |
Editora | Imprensa Nacional Casa da Moeda |
ISBN (impresso) | 9789722716482 |
Estado da publicação | Publicado - 2008 |
Evento | O Estatuto do Singular: Estratégias e Perspectivas - Lisboa Duração: 25 mai. 2006 → 25 mai. 2006 |
Conferência
Conferência | O Estatuto do Singular: Estratégias e Perspectivas |
---|---|
País/Território | Portugal |
Cidade | Lisboa |
Período | 25/05/06 → 25/05/06 |