Resumo
O presente artigo procura reagir contra uma tendência ainda latente na historiografia indo-portuguesa: a de confundir a evolução económica do Estado da Índia com as vicissitudes da rota do Cabo, que na realidade eram assaz independentes entre si. A “Carreira da Índia”, pela rota marítima do Cabo da Boa Esperança, era explorada diretamente pela Coroa. Ao invés, as finanças do Estado da Índia assentavam sobretudo nas alfândegas, onde era taxado o comércio conduzido por particulares, cujo rendimento subiu quase constantemente até atingir o apogeu em 1609. Para a prosperidade das alfândegas contribuíam tanto as mercadorias movimentadas pelos mercadores locais como as transacionadas por comerciantes portugueses, as mais das vezes radicados no Oriente como casados. Os dois eixos de maior circulação de mercadorias eram a linha Goa-Malaca-Maluco & Banda e a linha Goa-Malaca-Macau, com uma extensão para o Japão. A sua decadência apenas se precipita com a tomada de Maluco e Malaca pelos holandeses, entre 1605 e 1641, e com a expulsão dos portugueses do Japão, cerca desta derradeira data.
Título traduzido da contribuição | The system of travel and the Portuguese commercial network in East Asia |
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Idioma original | Portuguese |
Páginas (de-até) | 53-86 |
Número de páginas | 34 |
Revista | Anais de História de Além-Mar |
Volume | 19 |
Estado da publicação | Publicado - 2018 |
Keywords
- Rendas fundiárias
- Concessões de viagens
- Estado da Índia
- Rota do Cabo
- Alfândegas
- Comércio regional