Resumo
A avaliação da intensidade da dor, assim como a avaliação de outras experiências subjetivas tem representado um grande desafio para a investigação. A natureza subjetiva da avaliação da dor e a variabilidade que os doentes revelam na compreensão e utilização de escalas de dor tem tido um impacto negativo na comunicação entre os doentes e os profissionais de saúde, e tem tido consequências na diminuição da sensibilidade dos estudos relacionados com a dor. Pouco se sabe sobre a capacidade que os doentes têm de reportar com precisão a dor e que possíveis relações existem com a capacidade de reportarem com precisão outras sensações. Participantes e métodos: Foram recrutados participantes saudáveis de universidade locais, a quem foi aplicado um novo procedimento, o FAST, para avaliar a precisão nos relatos de dor, uma tarefa de paladar, para avaliar a precisão nos relatos de intensidades de diferentes gostos (soluções doces e salgadas), e a tarefa de perceção do batimento cardíaco, uma tarefa de interoceção utilizada com o objetivo de avaliar o quão precisos os indivíduos são na monitorização e no relato do seu batimento cardíaco. Para além disto, os participantes preencheram o MAIA (Avaliação Multidimensional da Consciência Interoceptiva), a Escala de Stress Percebido (ESP) e a Escala Hospitalar de Depressão e Ansiedade (HADS). As relações entre as tarefas de precisão (FAST e paladar) e as medidas de interoceção (batimento cardíaco e MAIA), assim como as associações com os questionários de dimensões psicológicas relacionados com a dor (ESP e EHDA), foram analisadas com o coeficiente de correlação de Spearman. Resultados: As capacidades para reportar de forma precisa as sensações de diferentes modalidades revelaram-se independentes (P>0.05 para todas as medidas de resultados). Foram encontradas correlações positivas na mesma modalidade sensorial (intramodalidade) entre a capacidade de reportar com precisão soluções doces e salgadas (correlações de Spearman r=0.477, P<0.001). Não se encontram correlações entre dimensões psicológicas e medidas de precisão. Conclusão: A capacidade para reportar a dor com precisão não se relaciona com a consciência interoceptiva de outras modalidades sensoriais. Novos estudos estão em curso, e são necessários, para melhor compreender arelevância clínica da precisão na avaliação da dor.
Idioma original | English |
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Qualificação | Master of Philosophy |
Instituição de premiação |
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Supervisores/Consultores |
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Data do prémio | 6 fev 2019 |
Estado da publicação | Publicado - 6 fev 2019 |
Keywords
- Avaliação de dor
- Intensidade de dor
- Consciência interocetiva
- Medidas subjetivas