Resumo
O presente artigo versa sobre Prisciliano de Ávila e as tensões no seio do episcopado da Lusitânia, região situada a sudoeste da Península Ibérica, no século IV. Este trabalho não pretende ser uma análise exaustiva do priscilianismo mas antes um ponto de partida para o conhecimento da acção concreta do bispo de Ávila no processo de cristianização peninsular. A sua acção é, aliás, importante para compreendermos o processo de cristianização e o debate ortodoxia/heterodoxia na Antiguidade tardia, bem como a complexidade de um período que contraria toda a simplificação arbitrária e se revela como um tempo de oposições e confrontos, apesar da procura persistente de unidade por parte do episcopado. Num contexto de “constantinisação” progressiva da Igreja, no século IV, o bispo torna-se uma figura central cuja acção revela de forma ímpar as medidas de coacção exercidas pelo poder secular durante a difusão do cristianismo. O confronto entre comunidades cristãs rivais – priscilianista e católico niceana – revelam não só uma faceta do discurso cristão na sua relação com o poder civil mas também os laços estreitos que uniam o cristianismo e a alta hierarquia do Império na Cidade antiga, assim como o carácter militante no anúncio do Kerigma.
Idioma original | English |
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Número de páginas | 13 |
Revista | E-Journal of Portuguese History |
Volume | 4 |
Número de emissão | 2 |
Estado da publicação | Publicado - 2006 |