Apesar das úlceras de pressão serem um problema de saúde frequente quer em institucionalizados, quer em domiciliados, ainda existem poucos dados sistematizados em Portugal que nos possam dar uma visão da sua dimensão e evolução. Desta constatação se viu a necessidade de um estudo de prevalência para investigar aspetos chave na prática corrente da prevenção de úlceras de pressão, nomeadamente através da análise dos eventuais fatores de risco. Assim, o objetivo específico deste trabalho foi conhecer a prevalência de úlceras de pressão e condições associadas em hospitais da região norte de Portugal. Foi realizado um estudo transversal, onde se colheram dados dos 673 doentes internados no Hospital Pedro Hispano (401) e no Hospital São João (272), nos dias 1 de Março e 30 de Agosto de 2011. Foi utilizado um inquérito que inclui a caracterização do doente (idade e sexo), a Escala de Braden (com a adição de uma pergunta sobre incontinência), a categoria e a localização da úlcera mais grave, a presença de equipamento de prevenção na cama e na cadeira, o reposicionamento na cama e na cadeira, o local onde foi adquirida a úlcera de pressão e a localização anatómica e categoria de todas as úlceras. Dos resultados há a salientar que a prevalência encontrada foi de 16,5%, com 27,42% das úlceras de pressão na categoria I, 28,7% na categoria II, 24,9% na categoria III e 18,9% na categoria IV, principalmente localizadas no sacrum (19,8%), calcâneo esquerdo (10,7%), calcâneo direito (9,1%) e região occipital (6,2%). Relativamente à Escala de Braden, 56% apresentam baixo risco e 44% alto risco de desenvolverem úlceras de pressão. Contudo, 47,4% estão acamados/sentados e 36,4% completamente imobilizados/muito limitados. É nos serviços de Medicina Interna e Urgência que se encontram doentes em maior risco com um score médio segundo a Escala de Braden de aproximadamente 12. Relativamente à prevenção, 55,2% possuíam equipamento na cama, mas na cadeira só 32,1%; contudo não são reposicionados 82,9% dos doentes na cama, e na cadeira 85,9%. Por fim, 62,2% das úlceras foi adquirida no domicílio. Não foi verificada uma diferença relevante entre a prevalência no Inverno (53,2%) e no Verão (46,8%). Verifica-se que a situação nos hospitais estudados se mantém sensivelmente idêntica comparada com outros estudos nacionais, podendo afirmar-se apenas que a prevalência obtida neste estudo é ligeiramente superior à obtida em 2004, que foi de 11,5%. Como conclusão poderá afirmar-se que apesar de já muitas instituições terem implementado o uso de escalas de avaliação de risco, é necessário agir de acordo com os resultados obtidos e utilizar da melhor forma os recursos existentes. Contudo, não devemos basear nelas todas as decisões clínicas, pois para cada doente existem fatores de risco específicos, sendo que alguns podem não estar contemplados nestas escalas.
Data do prémio | 2013 |
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Idioma original | Portuguese |
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Instituição de premiação | - Universidade Católica Portuguesa
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