A cultura policial possui valores que perpetuam a estigmatização dos problemas de saúde mental e, consequentemente inibem os profissionais de revelar o mal-estar psicológico, propiciando a adoção de estratégias de coping desadaptativas. Atendendo à escassez de literatura sobre estas temáticas em Portugal, a presente investigação visou caracterizar a estigmatização dos problemas de saúde mental no contexto da Polícia de Segurança Pública. Adotando um desenho correlacional, procurou-se compreender como se relacionam as seguintes variáveis: sintomatologia psicopatológica; estigmatização dos problemas de saúde mental; estratégias de coping; tempo de serviço. Os resultados evidenciaram que a intensidade do mal-estar prejudica a identificação de sintomatologia, assim como o reconhecimento da importância de procurar ajuda formal. Indicam ainda que mais anos de serviço se associam a uma diminuição na adoção de estratégias de coping adaptativas. Por outro lado, o estigma sobre os problemas de saúde mental pode propiciar a adoção de estratégias de coping desadaptativas e tal é agravado com o tempo de serviço. Assim, é importante desenvolver e implementar programas de prevenção que promovam a desconstrução do estigma acerca dos problemas de saúde mental, bem como estimulem estratégias de coping adequadas para uma gestão mais eficaz dos stressores, refletindo-se no bem-estar e performance dos profissionais.
Data do prémio | 12 jul. 2022 |
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Idioma original | Portuguese |
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Instituição de premiação | - Universidade Católica Portuguesa
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Supervisor | Patrícia Oliveira-Silva (Supervisor) & Diana Cristina Rodrigues Pereira (Co-Orientador) |
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- Estratégias de coping
- Estigma
- Saúde mental
- Polícia de Segurança Pública
A estigmatização dos problemas de saúde mental no contexto policial português
Machado, S. D. (Aluno). 12 jul. 2022
Tese do aluno