Ao longo dos últimos anos o Brasil tem vindo a afirmar-se no panorama internacional como uma das potências emergentes. Tal facto não é uma decorrência do acaso mas antes o resultado da implementação de uma visão estratégica de longo prazo para a qual a política externa brasileira foi determinante. Os esforços da diplomacia brasileira em torno da promoção do Mercosul e do conceito de América do Sul foram elementos constituintes desta iniciativa a qual visou a criação de uma plataforma intermédia anterior à inserção do Brasil na economia global. Paralelamente, a política externa brasileira na Era Cardoso visou igualmente o estabelecimento de regras multilaterais e instituições do tipo liberal, face ao processo de globalização em curso. Pretendia-se a reconquista de confiança dos parceiros internacionais, face aos problemas financeiros que tinham marcado a década anterior no país, o que conduziu à importância de uma estratégia centrada na “credibilidade”. Com Lula da Silva, os esforços centraram-se na diversificação de parcerias e na construção de nova geometria do poder mundial, na qual as relações fossem menos assimétricas entre os países ricos e os países pobres. A elaboração de um pensamento estratégico volta hoje a ser o principal desafio do Itamaraty de forma a sustentar os ganhos alcançados, ao nível económico e político, no recente contexto internacional.
Data do prémio | 2014 |
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Idioma original | Portuguese |
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Instituição de premiação | - Universidade Católica Portuguesa
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Supervisor | Raquel Vaz Pinto (Supervisor) |
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- Brasil
- Política externa
- Cardoso e Lula da Silva
- Mestrado em Ciência Política e Relações Internacionais: Segurança e Defesa
A política externa brasileira e a procura de autonomia nas eras Cardoso e Lula
Cadete, J. (Aluno). 2014
Tese do aluno