A diabetes é uma das doenças crónicas mais comuns da nossa época, afetandocerca de 285 milhões de pessoas em todo o mundo, com idades compreendidas entre os20 e os 79 anos (Siam, 2007). A diabetes Tipo 2 é considerada atualmente um enormedesafio de saúde pública, devido à sua prevalência e incidência com tendência crescentee também pelas complicações associadas. Quem vive com uma doença como DT2, temvários aspetos do seu quotidiano atingidos, devido às exigências que este tipo de doençacrónica impõe ao estilo de vida do individuo (Pais, Guedes & Menezes, 2013). Estetrabalho pretende abordar a vivência Diabetes Tipo 2 e todos os desafios associados àmesma, a partir da perspetiva do indivíduo que com ela vive, explorando especificamenteo papel do suporte social, profissionais de saúde e da informação na adaptação à diabetestipo 2. Neste estudo foi adotada uma abordagem qualitativa, com recurso a uma entrevistasemiestruturada e um questionário sociodemográfico breve. Nesta investigaçãoparticiparam 11 indivíduos com o diagnóstico de diabetes tipo 2, que foram recrutadosatravés de uma amostra não probabilística por conveniência, a partir da rede de contactosdo investigador. Os critérios de participação eram ter um diagnóstico de diabetes Tipo 2há pelo menos 6 meses e tinham de ter uma idade mínima de 18 anos. Os participantesresponderam a um questionário sociodemográfico e de seguida participaram tambémnuma entrevista semiestruturada que pretendia responder aos objetivos do estudo. Asentrevistas foram gravadas e transcritas, para posteriormente se proceder a uma análisetemática. Os resultados finais demonstraram que, para alguns participantes, o diagnósticoinicial foi o mais complicado e difícil de gerir. Contudo, existiram participantes que játinham conhecimento da diabetes tipo 2 através de familiares próximos. Detendo algunsconhecimentos e mecanismos para uma melhor e rápida gestão da doença, referindosentirem-se mais preparados para lidar com a diabetes. Comparativamente comparticipantes que não detinham nenhum conhecimento prévio da diabetes, descreveramque ficaram ângustiados e com medo do desconhecido. Quase todos os participantesfizeram referência aos hábitos que tiveram de alterar, mas sem nunca descuidarem adoença. Existiu apenas um participante, que referiu que não têm os cuidados que deveriater com a diabetes e que o que queria mesmo era não os ter, referindo ainda, que mantémos seus hábitos á mesma. Relativamente ao suporte social, todos referiram que tem esseapoio presente, mas que sem o suporte social, não teriam conseguido gerir a doença damesma forma, foi considerado um fator protetor muito importante para os participantes.No entanto, existiram participantes que referiram que apesar de terem suporte socialsentiram que a gestão da DT2 dependeu unicamente de si e da sua motivação para amudança. Por fim, relativamente aos profissionais de saúde e á informação transmitida,todos os participantes á exceção de um, fizeram referência que sempre se sentiram bemacompanhados e os profissionais de saúde foram essenciais para o esclarecimento dedúvidas e para a gestão da diabetes tipo 2. No entanto, um participante referiu que nãofoi bem acompanhado, não viu as suas dúvidas esclarecidas pelo profissional de saúde e que tudo o que sabe até ao momento, foi através da sua farmacêutica local e também, que á medida que ia lidando com a doença é que foi aprendendo o que resultava melhor consigo. Desta forma, a diabetes tipo 2 é uma doença muito exigente para o indivíduo eque requer muitas alterações e rotinas a longo prazo, por isso, torna-se imprescindível, a cooperação de todos os envolvidos, como a família que foi a mais mencionada por todos os participantes, e ainda, os profissionais de saúde. Posto isto, se não existisse este apoio mútuo e direto, a gestão seria muito mais exigente e mais desaprimorada.
Data do prémio | 28 jan. 2021 |
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Idioma original | Portuguese |
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Instituição de premiação | - Universidade Católica Portuguesa
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Supervisor | Ana Rita Goes (Supervisor) |
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