O Baby-Led Weaning (BLW) é um método de diversificação alimentar alternativo ao método de diversificação convencional e distingue-se deste por se iniciar com alimentos inteiros cortados em formatos e com texturas apropriados, em vez das tradicionais papas e purés. Trata-se de uma metodologia que apenas pode ser iniciada aos 6 meses de idade e é recomendado como primeira abordagem apenas em crianças com normal desenvolvimento para a idade. No BLW é a própria criança que se alimenta, controla o que ingere, a quantidade e o ritmo de ingestão, cabendo aos pais o papel de apresentar uma seleção de alimentos adequada e variada e o de supervisão da refeição. Os alimentos selecionados são os mesmos que são apresentados à restante família e por isso a integração da criança nas refeições da família inicia-se a partir do começo da sua diversificação. Este método é escolhido pelos pais que acreditam que ele é mais simples e prático de aplicar, que traz vantagens a nível do desenvolvimento, que permite a aquisição de hábitos alimentares saudáveis, uma melhor regulação do mecanismo da fome e saciedade e que isso se irá traduzir em ganhos para a saúde que se vão prolongar ao longo da vida da criança. Para os pais, o método apresenta poucos inconvenientes. Já para os profissionais de saúde, apesar de reconhecerem que o método possa ter benefícios, existem riscos que os tornam algo céticos na altura de o recomendar. Exemplos desses riscos são o défice energético e de nutrientes como por exemplo ferro, excesso de gordura, particularmente gordura saturada, contacto precoce com açúcar, sal e alimentos processados e risco engasgamento. Dos estudos conduzidos até ao momento, tem sido possível constatar que os pais que optam pelo BLW têm características diferentes dos que optam pelo método convencional: têm mais habilitações, um nível socioeconómico mais elevado e personalidades menos ansiosas e controladoras, o que também pode contribuir para os benefícios atribuídos ao método. Também é prática comum entre quem o aplica o de respeitar as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) quando ao tempo de amamentação em exclusivo, ou seja, os 6 meses. A investigação sobre BLW é ainda incipiente e baseada essencialmente em estudos observacionais, sendo necessários estudos de desenho experimental e com mais longos períodos de seguimento, para se avaliar com justiça os seus potenciais benefícios ou riscos. Recentemente têm sido publicados resultados de um importante estudo randomizado que pretende avaliar as vantagens deste método e, contrariamente ao que os estudos observacionais pareciam sugerir, o BLW não parece estar associado a menor índice de massa corporal. Por outro lado, também não parece associar-se a maior risco de vómito e engasgamento, desvantagens que são frequentemente apontadas a este método. Assim sendo, há necessidade de se investigar mais esta forma de diversificação, com estudos randomizados, maiores tamanhos amostrais e tempos de seguimento destas crianças mais longos, que permitam melhor avaliar os riscos e os benefícios.
Data do prémio | 30 mai. 2018 |
---|
Idioma original | Portuguese |
---|
Instituição de premiação | - Universidade Católica Portuguesa
|
---|
Supervisor | Elisabete Pinto (Supervisor) |
---|
- Baby-Led Weaning
- Regulação do apetite
- Engasgamento
- Auto alimentação
- Mestrado em Biotecnologia e Inovação
Baby-Led Weaning: o estado da arte
Vaz, P. A. D. S. (Aluno). 30 mai. 2018
Tese do aluno