Caracterização da saúde oral numa amostra de militares da Base Naval de Lisboa

  • Ana Teresa Menezes e Castro Senra (Aluno)

Tese do aluno

Resumo

INTRODUÇÃO: A Assistência na Doença aos Militares das Forças Armadas Portuguesas (ADM) é uma mais-valia para os militares. O estado de prontidão permanente para o serviço é um dever dos militares, necessitando para tal, de aptidão física e intelectual. Os militares da Marinha de Guerra Portuguesa (MGP), quando em missão, não têm acesso no navio aos mesmos tratamentos que em Terra. Deste modo, os exames médicos periódicos são uma ferramenta essencial à prevenção de eventuais emergências no Mar. Os hábitos de saúde oral e os alimentos que compõem a dieta de um militar têm efeitos diretos na sua saúde. Cabe aos médicos dentistas navais, que os militares da MGP mantenham um certo nível de saúde oral para evitar eventuais emergências médicodentárias em ambientes hostis, sendo importante o acompanhamento dos seus hábitos de higiene oral e alimentares, quer seja durante o período de navegação ou não para, desta forma, avaliar possíveis parâmetros a melhorar. OBJECTIVOS: Caracterizar a saúde oral de uma amostra de militares da MGP da Base Naval de Lisboa (BNL). MATERIAL E MÉTODOS: Foi feito um estudo epidemiológico observacional transversal com uma amostra final de 278 participantes. A média de idades foi de 31 anos (desvio padrão 8,6), sendo que 91,7% pertenceram ao género masculino e 8,3% ao género feminino. Foram aplicados questionários sobre os hábitos de saúde oral, hábitos alimentares e hábitos a navegar, e realizada uma avaliação intraoral com o preenchimento do índice de dentes cariados, perdidos e obturados (índice CPOD) e índice de placa bacteriana de Silness and Loe com recurso a kits de exploração intraoral. A análise estatística foi realizada com o programa R (versão 2.15.2). RESULTADOS: Observou-se um índice CPOD de 8,46. Relativamente ao índice de Silness and Loe verificou-se uma maior prevalência dos valores 2 (acumulação de placa moderada na margem gengival) e 3 (acumulação de placa abundante na área gengival e face do dente). Constatou-se que a maioria dos militares (71,7%) escovavam duas ou mais vezes os dentes diariamente. Verificou-se que 42,8% usavam fio dentário. Também a maioria dos militares (81,7%) realizavam consultas médico-dentárias uma vez por ano, sendo que os restantes faziam duas ou mais vezes. Verificou-se também que a maioria dos militares (90,3%) caracterizaram positivamente os médicos dentistas navais. Cerca de metade (52,9%) fizeram a última destartarização há menos de um ano.Apenas 9% dos militares usavam prótese removível. Constatou-se que a prevalência de fumadores foi de 31,3% e de militares com hábitos alcoólicos foi de 66,8%. Cerca de 11,2% sentiram as suas funções diminuídas por motivos dentários e 33,1% já se sentiram constrangidos devido a problemas orais. O consumo de alimentos açucarados abrangeu 71,2% dos militares. Relativamente aos períodos de navegação, metade dos militares (50%) consideraram que os seus hábitos alimentares se tornavam piores, 9% dos militares já tiveram uma urgência dentária a navegar, 26,5% consideraram que a navegação prejudica a saúde oral, sendo que 10,4% justificaram a falta de tempo devido aos horários alterados. Também o número de militares que não escovavam os dentes todos os dias aumentou ligeiramente, de 1,8% para 3,4%. CONCLUSÃO: Os militares da MGP tinham boa saude oral e bons hábitos de higiene oral quando comparados com militares de outros países e com a população portuguesa não militar. Os hábitos de higiene oral e alimentares pioravam em período de navegação.
Data do prémio29 jul. 2015
Idioma originalPortuguese
Instituição de premiação
  • Universidade Católica Portuguesa
SupervisorNélio Jorge Veiga (Supervisor)

Keywords

  • CPOD
  • Hábitos alimentares
  • Hábitos de higiene oral
  • Marinha
  • Militares
  • Saúde oral

Designação

  • Mestrado em Medicina Dentária

Citação

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