No estabelecimento de um diagnóstico de uma situação clínica na cavidade oral devem-se considerar várias características, entre as quais o fenótipo gengival. O fenótipo gengival é o conjunto das características morfogénicas da gengiva de cada indivíduo, incluindo a aparência do tecido mole, características genéticas e a forma como reage depois da manipulação. Existem dois fenótipos gengivais extremos que devemos ter especial consideração: um mais fino e frágil associado a uma margem festonada, e outro mais espesso associado a uma margem mais plana. O objectivo deste estudo foi caracterizar o fenótipo gengival de pacientes da Clínica Universitária da Universidade Católica Portuguesa, com análise por fotografia digital. Materiais e Métodos: Foram observados 294 pacientes. Destes, foram seleccionados 50 de acordo com os critérios de inclusão definidos. Nestes pacientes foi efectuado um exame clínico intra-oral e um registo fotográfico da zona maxilar anterior. Uma sonda periodontal milimetrada foi colocada junto aos incisivos para permitir a calibração das imagens e efectuar as medições no programa de processamento de imagem Adobe Photoshop CS 5.1. Foram analisadas as seguintes variáveis: relação entre a largura/altura da coroa; altura da papila; largura da gengiva aderida; espessura da gengiva; ângulo gengival e assimetrias gengivais, encontradas entre lado esquerdo e lado direito da zona anterior maxilar. Resultados: Esta amostra era constituída, maioritariamente, por casos de fenótipos espessos. Foi encontrada uma maior tendência de um fenótipo fino relacionado a mulheres com dentes triangulares (50%) comparado com os homens que apresentam forma triangular (33%). Quanto aos dentes quadrangulares, observamos que existe muita tendência para estes estarem relacionados a fenótipo espessos, especialmente no sexo masculino (100%). Não se demonstrou existir uma relação estatisticamente significativa entre o género e a espessura gengival, (p >0,05) ou entre a forma e a espessura. No entanto, essa relação é estatisticamente significativa para a espessura da gengiva com todas as variáveis analisadas (p<0,001) e também para o género e as variáveis altura da papila (p=0,005), relação largura/altura da coroa (p=0,017) e ângulo gengival (p=0,041). Foi também encontrada uma relação positiva entre as medidas dos ângulos GLA de ambos os lados (correlação=0,675) e igualmente para os valores do LID (correlação=0,384). O valor absoluto da assimetria teve média 2,8°, o que indica que existem diferenças nas medições entre os dois lados da arcada. Conclusão: Dentro das limitações deste estudo pode-se concluir que existe uma forte associação entre o género e as variáveis: altura da papila, relação largura/altura da coroa e ângulo gengival. Quanto ao factor espessura gengival, existe uma maior prevalência de fenótipo espessos, nos dois sexos, mas tendencialmente associados a indivíduos do sexo masculino. Ficou também demonstrada a correlação existente entre a espessura da gengiva e todos factores estudados. Além disso, foi verificada uma tendência da forma dentária influenciar as características gengivais estudadas. Conclui-se ainda a existência de assimetrias nesta amostra.
Data do prémio | set. 2012 |
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Idioma original | Portuguese |
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Instituição de premiação | - Universidade Católica Portuguesa
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Supervisor | André Correia (Supervisor) & Tiago Marques (Co-Orientador) |
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- Fenótipo gengival
- Biótipo gengival
- Espessura gengival
- Morfologia gengival
- Estética gengival Critérios de avaliação estética do sorriso
- Mestrado em Medicina Dentária
Caracterização do fenótipo gengival com análise por fotografia digital: estudo de uma amostra populacional de Viseu
Peixoto, A. I. D. S. (Aluno). set. 2012
Tese do aluno