Congruência entre o local de morte desejado e o real (doentes internados em unidades de cuidados paliativos)

Resumo

Introdução: O local de morte tem sido cada vez mais estudado nos cuidados paliativos e nos cuidados em fim de vida. Atender às preferências dos doentes e dos seus familiares tem sido uma preocupação por parte dos profissionais de saúde. Dentro do contexto de cuidados paliativos centrados no doente, o local de morte é considerado um indicador de qualidade dos cuidados de fim de vida. Metodologia: O objectivo principal do trabalho foi avaliar a congruência entre o local de morte desejado e o real em doentes internados em Unidades de Cuidados Paliativos (UCP) de Portugal. Foi um estudo epidemiológico observacional, analítico, prospetivo. A população foi constituída por doentes admitidos nas UCP em Portugal de janeiro de 2017 a dezembro de 2017. Resultados e discussão: A amostra foi constituída por 151 doentes. A mediana de idade foi 73 anos. 53% era do sexo masculino. A doença oncológica foi a mais comum. Os tumores mais frequentes foram os gastrointestinais (35,5%), seguido de aparelho respiratório (14,3%) e mama (13,6%). Em relação ao local desejado de morte e o local real, foram estudados somente 67 doentes. Destes, 37,5% desejavam morrer em casa (familiar, própria ou de amigo) e morreram na UCP, 49,3% desejavam morrer na UCP e morreram na UCP, 1 que desejava morrer na UCP morreu no Hospital, 4,5% desejavam morrer no Hospital mas morreram na UCP, 3% não sabia e 4,5% preferia não dizer. No geral não houve congruência entre o real de morte e o desejado. Não foi possível identificar por falta de significancia estatística os factores associados à escolha do local de morte. Conclusão: Existe uma grande discrepância entre o local onde as pessoas preferem morrer e o local onde realmente morrem.

Data do prémio	28 nov. 2019
Idioma original	Portuguese
Instituição de premiação	Universidade Católica Portuguesa
Supervisor	Manuel Luís Capelas (Supervisor)