Cuidados ao doente em agonia

  • Ana Elisabete Freitas de Paiva (Aluno)

Tese do aluno

Resumo

Introdução: Prestar cuidados de saúde ajustados à fase clinica em que o doente se encontra constitui uma prioridade para proporcionar qualidade de vida ao mesmo. Os cuidados paliativos definem-se como uma resposta ativa aos problemas decorrentes de uma doença avançada, progressiva e incurável, prevenindo e aliviando o sofrimento que a mesma provoca. Numa fase de agonia, tendo em atenção uma visão holística, são inúmeras as necessidades que devem ser satisfeitas. A identificação dos sinais e sintomas nesta fase permite estabelecer/definir estratégias de intervenção ajustadas. O uso de um protocolo como o Liverpool Care Pathway for the Dying Patient (LCP) constitui uma ferramenta que pode servir de apoio na tomada de decisões sobre os cuidados aos doentes agónicos. População e metodologia: Estudo observacional analítico transversal. A amostra foi constituída por 182 doentes que faleceram no serviço de cuidados paliativos e por 81 doentes que faleceram num serviço de medicina do IPO do Porto. Os dados foram obtidos tendo por base o preenchimento do formulário facultado pela equipa responsável pela orientação e implementação do LCP. As variáveis estudadas foram: o sexo e a idade dos doentes; o diagnóstico; o estado de consciência nas últimas 24h/48h de vida; a identificação pela equipa multidisciplinar do estado de agonia; o doente/a família ou cuidador sabe que se encontra numa situação de morte iminente, uma vez diagnosticada a agonia; oportunidade para o doente/a família ou cuidador discutir sobre o que é importante para si (por ex. desejos, sentimentos, fé, crenças, valores); prescrição de terapêutica para os cinco sintomas mais previsíveis em agonia (dor, agitação, estertor, náusea e vómitos e dispneia); reavaliação pela equipa multidisciplinar da necessidade das intervenções em curso uma vez diagnosticada a agonia - colheita de sangue para analise, antibioterapia, pesquisa de glicemia capilar, avaliação de sinais vitais, oxigenoterapia; ordem de não reanimação; avaliação da necessidade de nutrição medicamente assistida pela equipa multidisciplinar; avaliação da necessidade de hidratação medicamente assistida pela equipa multidisciplinar; explicado o plano de cuidados ao doente e à família/cuidador. Resultados e Discussão: Em ambas as populações de doentes foi verificada a ausência de sistematização dos registos clínicos. No Serviço de Medicina os cuidados não eram periodicamente reavaliados e/ou ajustados. No Serviço de Cuidados Paliativos havia especial atenção para adequar o plano de cuidados ao doente e ponderação em relação a intervenções que pudessem ser encaradas como fúteis. Conclusão: A mudança de estratégias perante um doente agónico é fundamental para proporcionar cuidados de excelência.
Data do prémio2012
Idioma originalPortuguese
Instituição de premiação
  • Universidade Católica Portuguesa
SupervisorMargarida Maria Vieira (Supervisor)

Designação

  • Mestrado em Cuidados Paliativos

Citação

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