Determinantes biológicos precoces de sinais de adiposidade na infância

  • Mariana Lopes Rodrigues (Aluno)

Tese do aluno

Resumo

Introdução - A Organização Mundial de Saúde define a obesidade infantil como uma prioridade de saúde pública e a sua prevenção desde os primeiros anos de vida e fundamental para a sua qualidade e longevidade. Para além do desequilíbrio alimentar e sedentarismo, também o ambiente intrauterino parece estar na génese do aparecimento desta patologia. O tecido adiposo tem um papel na regulação metabólica do organismo e esta regulação e feita através de adipocinas, como a leptina e a adiponectina. Estas adipocinas influenciam diretamente os processos metabólicos e endocrinos e a alteração das suas concentrações ao nascimento tem sido associada a obesidade na infância. Objetivos - O principal objetivo deste trabalho e avaliar a associação entre os níveis plasmáticos de leptina e adiponectina, no sangue do cordão umbilical e a adiposidade aos 4, 7 e 10 anos de idade em crianças da coorte de nascimentos portuguesa de base populacional, Geração XXI. Materiais e Métodos - A Geração XXI foi estabelecida ao nascimento, tendo sido reavaliada aos 4, 7 e 10 anos de idade. Neste estudo, foram incluídos 898 indivíduos com determinação de leptina e adiponectina, 895 com informação antropométrica aos 4 anos, 811 aos 7 anos e 750 aos 10 anos. A analise descritiva e analítica dos dados foi realizada com recurso ao programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 27.0. Foi considerado um nível de significância de 5%. Resultados - Concentrações de leptina no tercil mais baixo (1oT) aumentam o risco de obesidade em raparigas aos 4 anos de idade, mesmo quando comparado com o risco associado aos que nasceram com concentrações de leptina no tercil mais elevado (3oT), 2,054 (IC 95%: 0,816; 5,167) vs. 1,570 (IC 95%: 0,665; 3,706). Também nas raparigas com 10 anos de idade se verificou um aumento do risco de obesidade perante níveis de leptina no tercil mais elevado: 2,258 (IC 95%: 1,063; 4,797) vs. 2,080 (IC 95% 0,890; 4,863). Relativamente aos rapazes, o risco de obesidade, aos 10 anos, foi superior perante concentrações de leptina no 3oT: 2,370 (IC 95%: 1,052; 5,340) vs. 2,175 (IC 95%: 1,041; 4,545). Aos 7 anos, não foram encontradas quaisquer associações entre leptina e obesidade. A adiponectina não se associou com nenhum dos parâmetros antropométricos avaliados, nas 3 faixas etárias, em ambos os sexos. Conclusão - Os resultados deste estudo corroboram a associação entre as concentrações de leptina ao nascimento e o risco de obesidade infantil, ate aos 10 anos. O mesmo não se observou relativamente a adiponectina.
Data do prémio26 nov. 2021
Idioma originalPortuguese
Instituição de premiação
  • Universidade Católica Portuguesa
SupervisorAna Cristina Santos (Supervisor) & Elisabete Pinto (Co-Orientador)

Keywords

  • Obesidade infantil
  • Gestação
  • Leptina
  • Adiponectina

Designação

  • Mestrado em Biotecnologia e Inovação

Citação

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