A finalidade deste estudo foi explorar necessidades psicossociais de uma população cada vez mais presente nos serviços de saúde - os sobreviventes de cancro. Visou observar o “estatuto” de sobrevivente de cancro, expresso pelo número de anos desde o diagnóstico, e descrevê-lo relativamente às variáveis qualidade de vida, suporte social e estilo de coping. Foram então objectivos: a) explorar o efeito preditor das variáveis qualidade de vida, suporte social e estilo de coping no “estatuto” de sobrevivente de cancro e; b) explorar qual o melhor preditor do “estatuto” de sobrevivente de cancro. O “estatuto” de sobrevivente de cancro foi definido como variável dependente e a qualidade de vida, suporte social e estilo de coping como variáveis independentes. Os participantes foram 45 pacientes do sexo feminino da Unidade de Oncologia do Hospital de São Marcos em Braga, com idades compreendidas entre os 35 e os 78 anos, sendo a média de 55,6 anos, portadoras de diferentes tipos de cancro, predominando o cancro da mama (82,2%) e o cancro do colo do útero (8,9%). Foi administrado a versão breve do World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-Bref) (qualidade de vida geral e domínios físico, psicológico, relações sociais e meio-ambiente), para avaliar a qualidade de vida; a Escala de Satisfação com o Suporte Social (ESSS) (subescalas satisfação com amizades, intimidade, satisfação com a família e actividades sociais) para avaliar o suporte social; e o Brief COPE (subescalas coping activo, planear, utilizar suporte instrumental, utilizar suporte emocional, religião, reinterpretação positiva, auto culpabilização, aceitação, expressão sentimentos, negação, auto distracção, desinvestimento comportamental, uso substâncias e humor) para avaliar o estilo de coping. Foi utilizada a Análise de Regressão Linear Múltipla pelo método stpwise para prever a variável dependente a partir das variáveis independentes. Os resultados mostraram que as variáveis que apresentam efeito preditor sobre o “estatuto” de sobrevivente de cancro foram a subescala negação do Brief COPE e a subescala intimidade do ESSS. Concluiu-se que os sobreviventes de cancro apresentam dificuldades relacionadas com a negação da realidade da sua doença e com a baixa percepção da existência de suporte social íntimo, beneficiando assim de intervenções psicossociais dirigidas às mesmas.
Data do prémio | 20 dez. 2011 |
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Idioma original | Portuguese |
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Instituição de premiação | - Universidade Católica Portuguesa
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Supervisor | Rui Alexandre Devesa Ramos (Supervisor) |
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- Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde
Estudo clínico sobre o impacto da qualidade de vida, do suporte e do estilo de coping no "estatuto" de sobrevivente de cancro
Lima, K. C. D. C. B. (Aluno). 20 dez. 2011
Tese do aluno