Filosofia da proximidade

: pensar a condição humana a partir da filosofia de Josep Maria Esquirol

Resumo

Com a Filosofia da Proximidade, Esquirol apresenta­nos um ser humano exposto à intempérie, o que o obriga a resistir frente às forças desagregadoras: as ameaças ideológicas, a deterioração da linguagem e a indiferença e o menosprezo pela vida. Destaca o contexto do niilismo, conceção filosófica pautado pela subjetividade do ser, sem nenhuma fundamentação metafísica. Procura, contudo, recuperar a ideia do ser humano, como alguém capaz de resistir às forças que concorrem para a sua desagregação. Na sua tentativa de compreender a condição humana, Esquirol propõe a proximidade como fio condutor. Traz o tema da quotidianidade, que tem como aspeto determinante a tal proximidade, e procura elaborar uma antropologia filosófica. A condição humana é a periferia do paraíso impossível, em que os recursos são os que provêm da própria condição de vulnerabilidade da periferia. Com o sintagma da plissagem do sentir, ele faznos remontar à essência da vida humana, tentando entender a condição do homem com a ferida infinita que a constitui, apresentando o cuidado como condição fundamental e possibilidade da existência. A metafísica do ajuntamento é pensada como uma possível ajuda na compreensão do pano de fundo da existência humana; a junção é o lugar onde os pontos se unem sem os confundirem: corpo e alma, céu e terra, tempo e eternidade, finito e infinito. Deste modo, o existir supõe sempre uma situação­limite e, esse limite pode indicar a transcendência, no cristianismo podemos encontram formas adequadas de superação da vulnerabilidade e um horizonte de realização pessoal, visto que o homem se consciencializa de que a vida é um mistério que implica uma esperança transcendente, que tenta transmitir ao seu próximo.

Data do prémio	9 dez. 2024
Idioma original	Portuguese
Instituição de premiação	Universidade Católica Portuguesa
Supervisor	Bruno Nobre (Supervisor)