INTRODUÇÃO: O presente trabalho visou a valorização de um sub-produto que para se tornar num composto eficaz na proteção das radiações UV e assim, poder ser incorporado numa formulação cremosa base. Utilizou-se as espinhas de bacalhau, pela fácil aquisição e baixo valor económico. As espinhas de bacalhau têm na sua constituição hidroxiapatite – HAp – que é um fosfato de cálcio biocompatível e que poderia funcionar como um veículo para a formulação de um filtro solar. Para esse filtro ser efetivo incorporou-se na estrutura da HAp o ferro para se obter um agente que absorvesse as radiações UV. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi o melhoramento da propriedade de absorção da luz UV hidroxiapatite, para obter um material que fosse ao mesmo tempo biocompatível/não tóxico e absorvente. MÉTODOS: Para se incorporar o ferro na estrutura do fosfato de cálcio elaboraram-se soluções com esse ião, que por sua vez foram colocadas em contacto com as espinhas durante 3 e 5 horas. Foram utilizadas diferentes fontes de ferro – FeCl2, C6H10FeO6 e Fe(NO₀)₀ - para se perceber qual destas possuía maior e melhor taxa de incorporação. Seguidamente as espinhas foram calcinadas e moídas em pó. Por forma a otimizar o tamanho das partículas dos pós, para fazer parte de um produto cosmético, submeteram-se as amostras a dois tipo de tratamento – high energy ball milling e ultrassom. Formularam-se cremes com diferentes concentrações e tratamentos para se estudar qual seria a combinação ideal. Depois de ter a formulação cremosa elaborada com todas as condições ideais, foram medidos o SPF - Sun Protection Factor - a razão UVA/UVB e a cor em condições de temperatura ambiente e temperatura de 60º C. RESULTADOS: As melhores condições foram obtidas com o tratamento em solução de FeCl2 durante 3horas. Entre os dois tratamentos a que o pó foi submetido, o que se revelou melhor para integração no protetor solar foi a high energy ball milling. Reunidas todas estas condições, seguiu-se então a formulação de um creme protetor. Este apresentou um valor de SPF na ordem dos 3,5, uma razão UVA/UVB igual a 1 e uma cor vermelha à temperatura ambiente e avermelhada à temperatura de 60º C. CONCLUSÕES: Pela realização deste trabalho permitiu verificar a viabilidade da produção deste tipo de produto cosmético, com base num sub-produto alimentar. De referir que o fator de proteção é inferior ao das formulações comerciais - que utilizam TiO2 – contudo, o produto elaborado apresenta um razão UVA/UVB igual a 1, valor melhor que os produtos comerciais.
Data do prémio | 14 jan. 2016 |
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Idioma original | Portuguese |
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Instituição de premiação | - Universidade Católica Portuguesa
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Supervisor | Clara Piccirillo (Supervisor) |
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- Mestrado em Engenharia Biomédica
Hidroxiapatite de origem marinha com ferro utilizada na constituição de um protetor solar
Teixeira, M. A. C. (Aluno). 14 jan. 2016
Tese do aluno