Infecção por virus da imunodeficiência humana em Cabinda, Angola
: conhecimento, atitudes e percepção de risco dos profissionais de saúde

  • Maria Sandra da Piedade Malonda Goma Teixeira (Aluno)

Tese do aluno

Resumo

Mais da metade das novas infecções por vírus de imunodeficiência humana (VIH), a nível mundial, ocorre na África subsaariana, onde se localiza Cabinda, província angolana situada a Norte do país. Nesta parcela de Angola, a infecção por VIH, para além de ainda ser considerada, por muitos, como um mito (parte de crenças infundadas), é um factor de exclusão e de discriminação social. A ausência de fármacos eficazes para o tratamento desta infecção reforça a importância das medidas de controlo e de prevenção da mesma. Estas medidas visam, essencialmente, a não propagação de VIH e, para tal, é fundamental haver mudança de comportamentos e de atitudes. A OMS (WHO, 1992) tem vindo a insistir, no sentido de se implementarem estratégias educacionais que visem alterar ou anular os comportamentos de risco. Para esta organização, estas medidas devem ser mantidas como intervenções básicas para a prevenção e controlo da disseminação da pandemia causada por VIH. Assim, é fundamental conhecer e compreender os factores que estão associados a esta problemática. Para contribuir na reflexão sobre os cuidados de saúde prestados aos portadores de VIH, na cidade de Cabinda e de forma a impulsionar a sua optimização, este estudo tem como objectivo principal a compreensão do conhecimento, atitude e percepção de risco por parte dos profissionais de saúde em relação a VIH. O estudo, descritivo e exploratório, incide sobre um conjunto de dados recolhidos a partir de 255 profissionais de saúde (médicos, enfermeiros e técnicos de diagnóstico e terapêutica), vinculados a sete instituições hospitalares da cidade de Cabinda e com experiências de trabalho com infectados por VIH. Sexo, idade, origem étnica, normas culturais, estatuto socioeconómico e cultural foram as variáveis escolhidas. Para além da análise documental, os dados foram recolhidos através de questionário de caracterização e análise com uma escala de atitudes, utilizando perguntas abertas para a caracterização de aspectos relacionados com a percepção sobre os riscos que os mesmos possuem sobre VIH. A análise dos dados foi realizada com recurso ao software SPSS (Statistical Program for Social Sciences), versão 13.0. O tratamento das questões abertas foi efectuado através da análise de conteúdo. Os resultados obtidos sugerem que a faixa etária, o tempo de exercício profissional, o grau académico, a instituição de saúde em que se trabalha, o facto de frequentar/colaborar em formações (palestras, reuniões, seminários, sessões de educação para a saúde) interferem com o conhecimento, as atitudes e a percepção de risco dos profissionais de saúde inquiridos. Reconhece-se uma escassez de informação sobre o tema em estudo, sendo a imprensa e a televisão apontados alguns dos poucos meios disponíveis. Assim, emerge a necessidade urgente de o poder político proporcionar condições de valorização profissional que motive os profissionais de saúde para acções complementares de formação que os muna de saberes/competências sobre a infecção por VIH/SIDA, de forma a responderem às inúmeras situações com que se vêem confrontados. De uma forma geral, estes resultados poderão contribuir para o estabelecimento de estratégias de intervenção preventivas e para o desenvolvimento de políticas de promoção da saúde nas comunidades em que são prestados os cuidados.
Data do prémio2010
Idioma originalPortuguese
Instituição de premiação
  • Universidade Católica Portuguesa
SupervisorEmília Valadas (Supervisor)

Keywords

  • VIH
  • Profissionais de saúde
  • Conhecimentos
  • Atitudes
  • Percepção
  • Risco
  • Cuidados
  • Angola
  • Cabinda

Designação

  • Mestrado em Infecção VIH/SIDA

Citação

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