O presente trabalho pretende analisar a criação, produção e promoção de festivais no âmbito restrito da música experimental, analisando em particular os diversos modelos financeiros e as interações produzidas. Procurando implementar a promoção e divulgação da música experimental em Portugal (das vertentes mais acústicas às mais eletrónicas) alguns agentes nacionais, têm produzido ou ajudado a produzir ao longo dos anos, diversos eventos sob a forma de festivais ou de acontecimentos pontuais, que por razões pouco compreendidas têm colapsado, ou entrado em “hibernação”. Apesar do esforço efectuado ao longo dos anos, encontrámos apenas onze festivais dedicados a este género de música, sendo que apenas sete se encontram ativos e apenas dois (MadeiraDig e Out.Fest ) contam com mais de 10 edições. Tendo em conta esta descontinuidade na produção deste género de festivais em Portugal, quisemos compreender, primeiramente, a evolução da música experimental ao longo do último século, observando os modelos de criação e produção concebidos durante este tempo, proporcionando uma rutura com os modelos tradicionais de composição musical (Cascone, Cage). Em segundo, procuramos compreender a proliferação destes novos modelos de produção e criação de obras sonoras, e saber de que forma os festivais podem resultar como meio de escoamento destas criações. Começamos por observar e analisar os festivais, artistas e editoras no contexto internacional, que ao longo dos anos surgem como referências à difusão e promoção da música experimental. Por outro lado, iniciamos um processo de inquirição dirigido a (1) programadores/produtores de festivais, (2) programadores de espaços/entidades e (3) editoras nacionais que se relacionam profissionalmente com a música/arte experimental. Este processo é constituído por três inquéritos moldados em função das suas atividades profissionais adoptando um processo evolutivo em relação às questões de forma a obter dados correspondentes ao objeto de estudo. Os resultados obtidos nesta pesquisa mostram que os modelos de produção dos festivais de arte experimental com incidência na música, em Portugal, não se regem ou seguem qualquer norma de produção em especial. Relativamente à sua descontinuidade, podemos apontar como fatores prováveis, a forte dependência dos apoios estatais, sendo que a receita obtida durante os eventos, tendencialmente, não cobre os custos de produção pois o núcleo de espetadores é muito restrito e não contribui grandemente para uma valorização destes eventos
Data do prémio | 11 abr. 2016 |
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Idioma original | Portuguese |
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Instituição de premiação | - Universidade Católica Portuguesa
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Supervisor | Vitor Joaquim (Supervisor) & Mariana Barbosa (Co-Orientador) |
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- Música experimental
- Festivais
- Artes performativas
- Arte experimental
- Produção de eventos
- Turismo cultural
- Mestrado em Gestão de Indústrias Criativas
Música experimental em Portugal : análise de produção de festivais
Soares, C. I. F. D. O. (Aluno). 11 abr. 2016
Tese do aluno