A presente tese analisa a história da emergência e institucionalização do serviço social em Portugal, a partir da criação do Instituto de Serviço Social (ISS), em Lisboa. A perspectiva analítica adoptada procura conjugar a atenção às dinâmicas históricas que atravessaram e caracterizaram a sociedade portuguesa nas décadas de 1930 e 1940, com as questões mais específicas relativas ao ensino e à profissionalização do serviço social na Europa e no mundo. Especial atenção foi dada a alguns actores individuais e ao seu papel em face dos processos de institucionalização em curso, com destaque para Marie-Thérèse Cécile Lévêque, directora técnica daquele Instituto, entre 1935 e 1946. O corpus documental que sustenta este estudo resultou da pesquisa em arquivos, centros de documentação e outros locais de repositório arquivístico, dispersos por Portugal e vários países europeus, e foi enriquecido com o testemunho oral de uma assistente social que integrou o primeiro grupo de alunas do ISS. A pesquisa desenvolvida permitiu revelar as incoerências e descompassos no contexto político do Estado Novo e do quadro normativo adoptado, que propiciaram a abertura de espaços de autonomia para estratégias de pensamento e acção de alguns dos agentes históricos no delinear do campo do serviço social em Portugal, oriundos nomeadamente do catolicismo social.
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- Marie Thérèse Cécile Lévêque
- Estado Novo
- Catolicismo social
- Dinâmicas internas
- Doutoramento em Serviço Social
Marie-Thérèse Cécile Lévêque e o Instituto de Serviço Social (1935-1946): história e memória
Santos, M. I. R. D. (Aluno). 26 mai. 2022
Tese do aluno