Em Portugal como um pouco por toda a Europa nos séculos XIV e XV, a Igreja viveu um tempo de charneira, entre a sua situação decaída e a consciência de uma renovação tão necessária como de difícil implementação. Muitos personagens tentaram abordagens diversificadas, sem conseguir sucesso num movimento global de reforma. Tiveram, no entanto, o mérito de lançar sementes que germinarão já nos séculos posteriores, com a implementação do Concílio de Trento. De entre esses projetos, encontramos a fundação dos Cónegos Seculares de São João Evangelista, conhecidos como Loios, provavelmente a maior expressão e concretização em Portugal desse desejo reformador que se vinha sentindo também entre nós. No seu projeto de renovação eclesial pelo testemunho do clero secular, inspirado pelo seu fundador, tiveram o condão de abrir caminhos novos e introduzir correntes de espiritualidade modernas, mesmo se os seus olhos estavam mais postos no passado da Igreja primitiva, no «estado apostólico» da comunidade de Jerusalém. Dentro deste contexto, emerge a personalidade do seu fundador e animador, João Vicente. Na falta de escritos autógrafos ou estudos aprofundados que possam fornecer pistas sobre o seu pensamento e atuação, resta-nos coligir aquilo que sobre ele foi dito e as ações documentadas para aferir a sua compreensão eclesiológica e carismática das opções tomadas, a sua mundividência e espiritualidade. Pretende, por isso, este trabalho ser um pequeno contributo para o estudo desta congregação sui generis no meio eclesiástico português do século XV e do conceito de estado apostólico segundo o entendimento e agir do seu fundador.
Data do prémio | 9 out. 2017 |
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Idioma original | Portuguese |
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Instituição de premiação | - Universidade Católica Portuguesa
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- Loios
- João Vicente
- Reforma da Igreja
- Estado Apostólico
- Clero Secular
- Século XV
Mestre João Vicente: 1380-1463 : fundador, prelado, reformador : em busca do estado apostólico no Portugal de Quatrocentos
Azevedo, R. A. L. (Aluno). 9 out. 2017
Tese do aluno