Resumo
O espaço, sendo omnipresente, é muitas vezes tomado como um dado adquirido enquanto elemento formador da nossa experiência da vida quotidiana. Ao reconhecer a dimensão experimental do espaço a arquitectura atribui um interesse acrescido à qualidade de vida, por oposição ao puro formalismo e funcionalismo. A crítica fenomenológica da arquitectura em particular, com raízes na década de 50, buscou um compromisso com o aspecto da experiência humana, enfatizando o papel do corpo.É neste contexto que surge a questão do papel do corpo na forma como experimentamos o espaço arquitectónico.
Qualquer pensamento sobre a experiência do espaço está necessariamente informado pela forma como o próprio espaço é entendido. Efectivamente a concepção do espaço assistiu a uma mudança significativa desde meados do século XX, quer no campo da cultura quer no campo da ciência, e isso influenciou a forma como os arquitectos e artistas lidam com as relações espaciais.
Baseado numa pesquisa que combina a investigação teórica com entrevistas e um caso de estudo central, argumenta-se que a experiência espacial e arquitectónica é essencialmente corpórea. Primeiro porque é através do corpo que nos situamos no mundo e no espaço; em segundo lugar porque é a própria corporalidade e espacialidade do corpo que nos permite experienciar os aspectos físicos e as qualidades espaciais da arquitectura; finalmente porque a arquitectura estimula a acção e o corpo responde a esse estímulo com movimento, expressando assim a nossa capacidade de agirmos enquanto sujeitos. Desta forma, o corpo e o espaço articulam-se, numa relação recíproca de significação mútua.
Data do prémio | 27 fev 2021 |
---|---|
Idioma original | English |
Instituição de premiação |
|
Supervisor | Diana Gonçalves (Supervisor) |
Keywords
- Espaço
- Arquitectura
- Experiência
- Corporalidade
- Ser-e-estar-no-mundo
Designação
- Mestrado em Estudos de Cultura