As pessoas com deficiência intelectual pertencem aos grupos mais vulneráveis, devido à complexidade da sua circunstância. Apesar da evolução social e científica, muitas não têm um acesso igualitário na assistência em saúde, educação, oportunidades de emprego, serviços adequados à sua condição, tornando-se vítimas de negligência, estigmatização, discriminação e exclusão social. Os enfermeiros podem ser um valioso contributo nos cuidados a estas pessoas, com vista a uma assistência humanizada e inclusiva. A motivação para aprofundar conhecimentos neste âmbito, desencadeou o desenvolvimento de um estudo, visando fundamentalmente avaliar necessidades em cuidados de saúde e o impacto das intervenções de enfermagem em pessoas com deficiência intelectual, inscritas num Centro de Recuperação de Crianças e Jovens Deficientes e Inadaptadas. Enunciou-se a questão: “Quais as necessidades, em saúde, da pessoa com deficiência intelectual, e quais as estratégias para a sua satisfação?” Desenvolveu-se um percurso de investigação-ação, durante quatro anos letivos, correspondendo cada ciclo a um ano letivo. Toda a investigação-ação sustentou-se em quatro eixos de ação: 1) Reorganização da instituição; 2) Qualificação dos colaboradores; 3) Satisfação das necessidades especiais dos clientes; 4) Contributo na formação dos estudantes de enfermagem. Os resultados mostraram que os clientes com deficiência intelectual apresentavam necessidades na maioria dos “requisitos de autocuidado”. As intervenções de promoção de hábitos de vida saudável centraram-se principalmente nos “requisitos universais de autocuidado”, seguindo-se os “requisitos de desenvolvimento de autocuidado” e “autocuidado no desvio de saúde”. Foram identificados os diagnósticos e intervenções de enfermagem mais frequentes no grupo de pessoas com deficiência intelectual. Reconheceu-se que os ganhos em saúde resultantes da intervenção de enfermagem mais evidentes ligaram-se aos projetos de promoção da saúde. O recurso à investigação-ação articulou-se com os objetivos do estudo, promovendo a organização dos cuidados de enfermagem, potenciando a conceção dos cuidados de enfermagem, facilitando o processo de reflexão, tomada de decisão e melhoria dos cuidados prestados, assim como, fomentando o aumento do conhecimento científico e a prática baseada na evidência na área da deficiência intelectual.
Data do prémio | 19 jul. 2021 |
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Idioma original | Portuguese |
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Instituição de premiação | - Universidade Católica Portuguesa
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Supervisor | Margarida Maria Vieira (Supervisor) |
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- Deficiência intelectual
- Deficiência mental
- Cuidados de enfermagem
- Investigação-ação
- Doutoramento em Enfermagem
Necessidades em saúde da pessoa com deficiência mental: estratégias para a sua satisfação
Quesado, A. J. R. L. P. D. (Aluno). 19 jul. 2021
Tese do aluno