Este estudo tem como objetivo central, compreender as causas que motivam o desemprego no Serviço Social, bem como analisar a forma como os assistentes sociais encaram o desemprego na sua área de formação. De forma mais específica, procura-se compreender as razões que dificultam a inserção dos assistentes sociais no mercado de trabalho, bem como analisar a razão de certos cargos próximos da área do Serviço Social estarem a ser realizados por profissionais externos à área em referência. Esta problemática encontra-se inserida no atual cenário de desemprego que tem assolado o nosso país e que em muito contribui para a crise que estamos a presenciar. Acresce também que, como se percebe ao longo deste estudo, o Estado tem assumido ao longo do tempo diferentes posicionamentos em relação à ação social, em parte devido à redefinição do conceito de bem-estar social que, se por um lado, gera um alargamento dos benefícios sociais como forma de fazer valer políticas que promovem a igualdade e a solidariedade, por outro - dada a crise económica - há uma diminuição de recursos afetos a estas causas, o que levou o poder político a reorientar e a redirecionar as suas formas de intervenção na ação social. Posto isto, este estudo parte do princípio de que a crise económica é parcialmente responsável pela situação de desemprego dos profissionais de Serviço Social, bem como do facto destes profissionais não encarem bem o desemprego na sua área, o que os pode levar a situações de risco social. Este estudo assenta numa abordagem qualitativa com recurso a entrevistas a diplomados em Serviço Social pela Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Católica Portuguesa. As conclusões a que chegamos apontam o modelo social envolvente como um dos maiores responsáveis da crise que estamos a viver, que afeta não somente a vida económica, como toda a vida social, com implicações em todas as dimensões da sociedade. De facto, o desemprego entre os profissionais de Serviço Social é uma das consequências deste modelo de desenvolvimento que, tanto cria respostas extraordinárias, como os apoios diferenciados a quem deles mais precisa, como despreza o rosto das pessoas, já que ele privilegia os números em detrimento dos nomes. Este modelo social criou, desta forma, um grande paradoxo na sociedade, pois se por um lado formou muitos profissionais, por outro lado, permitiu que o mercado de trabalho ficasse saturado, não proporcionando, assim, emprego para quem investiu numa determinada área de trabalho, o que, consequentemente, tem gerado um grande descontentamento nestes profissionais.
Data do prémio | 1 jul. 2016 |
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Idioma original | Portuguese |
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Instituição de premiação | - Universidade Católica Portuguesa
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Supervisor | Eduardo Duque (Supervisor) |
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- Serviço social
- Assistente social
- Modelo social
- Desemprego
- Mestrado em Serviço Social
O desemprego no serviço social
Dias, F. M. V. (Aluno). 1 jul. 2016
Tese do aluno